O Conde de Monte Cristo no Cine Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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O Conde de Monte Cristo no Cine Santa Tereza

conde de monte 2“Será entregue hoje, à cidade, o Cine Santa Teresa. Na tela o empolgante filme “O Conde de Monte Cristo, com Robert Donat e Elisa Landi”. Assim foi anunciada, na edição de 20/05/1944 do Jornal Estado de Minas, a abertura do antigo Cine, na Praça Duque de Caxias. Enquanto isso a Folha de Minas, tratava a inauguração do Cine como o advento de mais um ‘moderno centro de diversões’ na capital.  

Assim, muito aguardado e festejado, o Cine Santa Teresa teve seu início marcado pela adaptação de um dos clássicos da literatura francesa “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas. O filme conta a história de um marinheiro preso injustamente, que se torna amigo de um clérigo. Após a morte desse amigo, o marinheiro foge da prisão e se apodera de uma misteriosa fortuna, quando então pode iniciar sua vingança. Essa primeira sessão, cujo ingresso foi Cr$2,20, já atraiu um grande público.

 A inauguração contou com a presença da diretoria da empresa Cinemas e Teatros de Minas Gerais, com os representantes Ageo Pio Sobrinho, Wilian Pinto, Aníbal Marques Gontijo, autoridades e moradores. As ???????????????????????????????instalações receberam a benção do padre José de Campos Taitson. 

Eram vários os horários disponíveis para o público, como a matinée das 10 da manhã, e ainda a soarée às 14 horas do domingo. O repertório incluía seriados como “Flash Gordon no Planeta Mongo”, “Durango Kid” e “Zorro”. Já a Atlanta exibia filmes educativos e os famosos Faroestes americanos. As sessões noturnas, ao gosto dos adultos, apresentavam filmes mexicanos e os hollywoodianos. Havia ainda as produções da Atlântida, Oscarito e Grande Otelo, dentre outros. 

São muitas as histórias sobre o Cine, pitorescas e nostálgicas.  O morador Waldir dos Reis conta que certa vez estava passando um filme de guerra e alguém ligou para o corpo de bombeiros pedindo ajuda. Ele lembra também dos gentis lanterninhas que acompanhavam as pessoas atrasadas às sessões e como todos se vestiam impecavelmente para as exibições. Outros, como José Alves, afirmam que tudo de bom no cinema aconteceu naquele tempo, lembrando o clássico Sansão e Dalila de 1949. Para ele, hoje tudo é apenas reprodução.

 Na entrada, embora a faixa etária do público fosse cuidadosamente controlada, os menores de idade tentavam burlar a regra. Mas o porteiro e, principalmente, o gerente do cinema, Sebastião Bracarense Leite, ficavam atentos e exigiam a apresentação da carteira de identidade.

 ???????????????????????????????Fechado desde 1980, o imóvel passou por reforma, cuja obra durou quase dois anos. A restauração foi aprovada no orçamento participativo, OP,  e parte dos recursos, R$ 1,8 milhão, vieram da mineradora Vale, dentro de um pacote de medidas compensatórias em contrapartida para as intervenções no trecho ferroviário entre BH e Sabará.

O Centro contará com sala de exibição com capacidade para 150 pessoas, área de convivência multiuso, biblioteca, cafeteria, iluminação natural, projetos acústicos e de climatização e acessibilidade para deficientes. 

Apesar do término da obra, ainda falta equipar o espaço, cuja  abertura está prevista para 2015.

 Informações históricas: Arquivo de Luis Góes
Reportagem: Keila Costa e Eliza Peixoto

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