O cantor e compositor Rubens Aredes, famoso pelo intenso e reconhecido trabalho à frente do “Então, Brilha!”, um dos mais importantes blocos de carnaval da capital mineira, lança, em 23 de julho, à 0h, nas plataformas de streaming, o primeiro single de sua carreira solo e se prepara para lançar, ainda em 2021, um videoclipe e outra canção. Composta há 25 anos, “Operárium Brasiliensis” ganha agora seu primeiro registro. A música apresenta uma versão de Rubens Aredes ainda pouco conhecida pelo público que tem nele uma referência do Carnaval. A poesia vem emoldurada em uma música forte, com potente batuque e a envenenada guitarra corta, do início ao fim, os cerca de 3” de música. “Operárium Brasiliensis” ainda explora a identidade do artista que se reconhece trabalhador, brasileiro, negro de pele clara, herdeiro de africanos e indígenas que lutaram pela emancipação.
Preparando-se para iniciar uma nova caminhada em sua carreira, o artista sentiu, depois de um ano de isolamento, a necessidade de refletir sobre seu lugar no mundo. Rubens revisitou seu passado para encontrar um novo caminho artístico para além do carnaval. “Quando adolescente, compus uma série de músicas pautada numa pesquisa dos ritmos afro-mineiros. Como cresci em Contagem, cidade com forte presença do Congado, rapidamente absorvi muito dessa musicalidade”, diz o artista. Doutor em música, Rubens é um dos grandes nomes da cena da capital. Ainda na juventude, o artista criou o grupo “Urucum na Cara”, de onde se projetaram importantes nomes da música de Belo Horizonte como Irene Bertachini, Leandro César e Gustavo Amaral. O grupo foi um dos que estiveram na gênese do movimento “Praia da Estação”, do renascimento do carnaval de rua de BH e do próprio “Então, Brilha!”.
Forte e intensa, a canção “Operárium Brasiliensis” foi criada para o grupo “Urucum na cara” e apresenta as percussões afro-mineiras, a sonoridade das guitarras de rock, beats e programações eletroacústicas, que são sons fundamentais do seu trabalho atual. “Aos poucos fui percebendo que uma parte importante dos detentores de saberes tradicionais, os produtores dos ritmos que eu pesquisava, eram, assim como os meus pais, trabalhadores nas fábricas de Contagem, Betim e Barreiro, região onde cresci. O congadeiro e o operário fabril são a mesma pessoa. Eu precisava de uma sonoridade que expressasse isso e a encontrei na amálgama dos ritmos afro-mineiros, com as guitarras de rock e programações eletroacústicas”, afirma o compositor.
A canção “Operárium Brasiliensis” leva o ouvinte a refletir sobre seu lugar na história. A poesia mostra a identidade do trabalhador fabril brasileiro, herdeiro de africanos e indígenas que foram escravizados e lutaram pela liberdade. A canção reflete sobre as lutas atuais desse sujeito como uma continuação das lutas de seus ancestrais. “Entendo que todos somos seres políticos e, no atual momento do país, enquanto artistas, precisamos fazer uma arte cada vez mais politizada”, observa Rubens. O compositor afirma que a música coloca o homem diante do espelho. “Fiz essa canção quando entendi quem eu era e sou. Com “Operárium Brasiliensis” posso contribuir para que muitos se olhem no espelho, se vejam, se orgulhem do que são e passem a desejar a mudar a realidade”, afirma.
SERVIÇO
Single “Operárium brasilienses”
Data: 23 de julho, sexta, 0h.
Local: todas as plataformas de streaming.
