"Toda vez que um justo grita um carrasco vem calar..." - Santa Tereza Tem
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“Toda vez que um justo grita um carrasco vem calar…”

“Toda vez que um justa grita um carrasco vem calar…” Romanceiro da Inconfidência

Neste 21 de abril, em que se comemora o Dia de Tiradentes, lembramos aqui os versos da escritora carioca, Cecília Meirelles, musicado por Chico Buarque de Holanda, como o tema de Os Inconfidentes, espetáculo de Flávio Rangel, que estreou em 12 de julho de 1968, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

O poema faz parte da obra “O Romanceiro da Inconfidência”, escrito por Cecília Meireles, na década de 40. Na época, a autora, trabalhava como jornalista e foi fazer uma reportagem sobre a Semana Santa em Ouro Preto. Envolvida pelos ares da cidade, aprofundou uma pesquisa sobre a inconfidência mineira, que resultou no livro, na verdade, um grande poema, que, que de forma lírica e dramática, conta a saga dos libertários. O livro foi publicado em 1953.

A leitura da sentença de Tiradentes. Pintura de Leopoldino Faria, 1921.

Tema de “Os Inconfidentes”

Chico Buarque

Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
No entanto à sua passagem
Tudo era como alegria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

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