O Dia Internacional das Mulheres, o 8 de março, é uma data para lembrar a luta que as mulheres vêm empreendendo há séculos por trabalho digno, igualdade salarial, contra a discriminação, por condições de vida melhores e contra a violência pelo simples fato de nascerem ELAS.
A data 8 de março se refere ao 8/3/1917, quando 90 mil operárias russas saíram às ruas contra a fome, a guerra e más condições de trabalho, mas a ideia da sua criação surgiu em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto. A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Apesar de várias conquistas desde 1911, a mulher ainda é vista, com as devidas exceções, como um objeto, propriedade de seus companheiros e pais. A cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no País e em Minas Gerais, segundo dados do Governo de Minas a cada dois dias uma mulher morre vítima de violência doméstica, crimes cometidos por maridos, namorados, ex-companheiros, e na maioria das vezes, o agressor está dentro de casa, como no filme “Dormindo com o inimigo“, em que a protagonista vive com o marido que para a sociedade é perfeito, mas ela é violentada todos os dias.
Outro tipo de violência é no trabalho, quando há disparidade de salários entre os gêneros, que ainda é gritante, chegando a ser de até 30% entre os mesmos cargos!
Então ficou claro, né: não é um dia só para presentear e parabenizar as mulheres (isso é bem vindo também) mas para que todos, homens, inclusive elas, reflitam sobre desigualdades de gênero e principalmente a violência. Se você não compartilhar dessa luta, não precisa parabenizar, mandar flores ou bombons, porque esta data vai muito além. Reflita sobre isso.
Com muita luta, as mulheres, devido ao movimento feministas, conseguiram grandes vitórias, mas ainda há muito a ser feito. E quando você for questionar o feminismo, lembre-se que por causa dele e da luta dessas mulheres é que hoje você pode votar, pode trabalhar na profissão que quiser, ter a vida que escolher e ter amparo jurídico.
Maio de 1908: Nova York. Igualdade econômica e politica com o movimento Pão e Rosas.
1910: II Conferência Internacional Mulheres Socialistas na Dinamarca. Proposta do dia internacional das mulheres
25/3/1911: 130 mulheres operárias morrem em incêndio em fábrica têxtil nos EUA
8/3/1917: 90 mil operárias russas contra a fome, a guerra e más condições de trabalho. Movimento Pão e Paz
1921: oficializada a data de 8 de março em homenagem às 130 operárias que morreram queimadas em 1911.
1945: ONU declara igualdade entre homens e mulheres
1975: ONU reconhece o 8 de março em referência ao movimento Pão e Paz
1932 as mulheres adquirem o direito de votar Esse direito veio com a luta das mulheres conhecidas como sufragistas.
1962 a mulher casada deixa de ser considerada juridicamente incapaz.
1975 (Ano Internacional da Mulher), é criado o Movimento Feminino pela Anistia.
1977, a mulher conquista o direito do divórcio.
1985: Primeira Delegacia Especializada da Mulher
1988, a mulher conquista os mesmos direitos dos homens em relações conjugais.
2002, o homem perde o direito de anular o casamento em caso de a mulher ter perdido a virgindade antes do matrimônio.
2005, o termo “Mulher honesta” foi retirado da legislação, garantindo a liberdade sexual e proteção à sua integridade física.
2006, entra em vigor a Lei Maria da Penha.