Oferecer ao público atrações com linguagem da arte surda, contribuir para as reflexões sobre os aspectos culturais, estéticos e identitários, além de abrir espaço para o debate sobre o lugar do surdo no cenário contemporâneo da arte são os principais objetivos do 1º Festival Mineiro de Arte Surda.
A intensa programação em libras com tradução para o português é composta por espetáculos teatrais, workshops, oficinas, mesas-redondas e batalha de poesia. O evento, gratuito, será realizado no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte de 30 de junho a 2 de julho
Para participar é necessário retirada de ingressos pelo TicketWork ou, presencialmente, no CCBB (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte). Para mais informações, acesse: (linkme.bio/bhemlibras).
Serão três dias de evento, de 30 de junho a 2 de julho, que apresenta para o público em geral a potência da arte feita por pessoas surdas de Minas Gerais.
30 de junho, 19h
Espetáculo ‘Nós temos voz’, dos artistas Jaqueline Alves, Helio Alves, Rosimeire Helmer e Mikael Souza, após a abertura do evento. A peça teatral coloca em pauta, por meio de mímicas e da libras, temas que precisam ser mais discutidos na sociedade surda atual, como: abuso de poder, suicídio, feminicídio e assédio sexual. Fazem parte do elenco os atores Jaqueline Alves, Helio Alves, Rosimeire Helmer e Talita Loureiro. Ao fim do espetáculo, acontecerá um bate-papo para que os espectadores e atores possam compartilhar suas impressões e sentimentos. Hélio explica que a peça já foi apresentada outras vezes, mas que esta é a primeira vez que vão subir ao palco do CCBB, um marco da trajetória da peça.
1º de julho:
15h – Workshop de teatro com e para pessoas surdas “Com e para surdos”, que terá como objetivo explorar a expressividade corporal presente na comunicação em língua de sinais. Com duas horas de duração, o processo será um espaço de aprendizado e troca de experiências que abordará técnicas de expressão corporal, vocalização e interpretação para surdos, enriquecendo ainda mais o repertório dos participantes interessados em teatro.
19h – Espetáculo teatral ‘Memórias de Ana’, com as artistas Dinalva Andrade e Laís Drumond, aborda a poética sobre a valorização dos relacionamentos e sentimentos humanos. A peça será realizada simultaneamente em duas modalidades: uma sonora/sensorial e outra visual, utilizando diversas línguas e linguagens, como português, LIBRAS, mímica, teatro de sombras e música ao vivo. O elenco é composto por Dinalva Andrade e Laís Drumond. Ao final do espetáculo, as atrizes conversam com o público sobre a temática.
2 de julho:
16h – Mesa Redonda “A Arte Surda e suas manifestações”. Sob Mediação de Michelle Murta, o abordará temas como a arte surda no contexto atual, avanços e perspectivas contemporâneas, acessibilidade nos espetáculos cênicos e democratização de acesso. O debate terá a participação do doutor em linguística Rimar Ramalho. A conversa envolve as diferentes formas de manifestação artística surda e seu impacto na sociedade. “É muito importante esse momento de encontro. É o momento em que a gente vai discutir entre pares – os surdos – que já tem experiência nessa área da arte. Poder discutir, passar informação e conseguir trocar sobre a arte dentro da cultura surda faz com que todos os surdos possam ter essa referência. Como, por exemplo, o do Rimar e Leo Castilho, eles são pessoas extremamente importantes. São referências que eu quero observar, entender essas pessoas que são representatividade”, avalia
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– 17h30 – Batalha de Slam de Poesia comandada por Leonardo Castilho. Nela os participantes surdos expressam emoções, ideias e experiências por meio de performances poéticas.. As pessoas que desejarem participar da batalha realizarão uma inscrição prévia (linkme.bio/bhemlibras). Leonardo Castilho, surdo, ator e professor; e Rimar Ramalho são os grandes nomes da batalha. Surdos que, à sua maneira, representam muito do que a coordenação do festival acredita em termos de rumos da arte surda hoje. . Todos os concorrentes já inscritos, surdos e ouvintes, que seguirem as regras irão se apresentar e terão suas performances avaliadas por uma comissão julgadora. A batalha terá premiação de R$1000 para o primeiro colocado, de R$500 e R$200, respectivamente, para os segundo e terceiro lugares.
– 19h, o “Stand Up Com e Para Surdos”, do ator Tales Douglas. Embora tenha uma larga experiência com o teatro, Tales também é professor universitário. Sua presença bastante singular na cultura surda, trará um humor inclusivo e reflexivo em sua abordagem descontraída sobre os desafios e peculiaridades da cultura surda. Ao fim do espetáculo, mantendo a estratégia de aproximação com o público, terá um momento para bate-papo.
Para mais informações, acesse: https://culturasurda.com.br/ e linkme.bio/bhemlibras
Conduzido pelo mestre de cerimônias Marcos Vinicius (Vini), o evento realizado integralmente em libras é gratuito e aberto a surdos e ouvintes (haverá tradução para o português) e todos os espetáculos terão bate-papo ao final.
O Festival, produzido pelo BH em Libras, abre espaço de reflexão sobre o efervescente cenário da arte feito pela comunidade surda de Belo Horizonte – um dos centros mais expressivos do país. Para a primeira edição, a curadoria realizou série de pesquisas mantendo o foco, sobretudo, em profissionais, artistas e pesquisadores da cidade.
Segundo o IBGE, na capital mineira, são aproximadamente 5000 pessoas surdas e 107.046 com alguma deficiência auditiva. População que, junta, representa 4,5% da população da cidade. Trata-se, portanto, de uma parcela expressiva de belo-horizontinos.
Com estes dados, vindos de pesquisas e envolvimento de vários agentes, o 1º Festival Mineiro de Arte Surda deseja dialogar sobre formação de público surdo para eventos culturais que acontecem na cidade. Para a professora da Fale – Faculdade de Letras- e a primeira pessoa surda a se formar doutora na UFMG, Michelle Murta, o projeto chega em um cenário de ausência de eventos que tragam amplamente a arte surda em Belo Horizonte. “O evento abre porta para os surdos na área das artes, libras. É muito importante essa oportunidade de mostrar nossa arte, língua e cultura para todos. Estamos no século XXI e, só agora, em 2023, é a primeira vez que teremos um festival, portanto a iniciativa é fundamental para desenvolvermos mais nesta área” afirma.
Dinalva Andrade Martins, proponente do projeto, atriz e intérprete de Libras explica que o Festival amplia o conhecimento sobre as potências das artes surdas. “Tem hoje uma efervescência muito grande do Slam em libras, das poesias criadas em libras. É muito visual e físico; é incrível. Já o Tales Douglas é um comediante surdo que faz stand up é uma luta minha nos festivais de stand up aqui em Belo Horizonte, eu tenho tentado levar ele em todos, em todas as programações que eu tenho condição de apresentar para os produtores”, ressalta.
O Festival é idealizado pelo BH em Libras em conjunto com artistas e entusiastas da cultura surda com o objetivo de proporcionar um ambiente acolhedor e acessível para que a comunidade surda pudesse expressar sua arte e se conectar com o público em geral. Por meio de espetáculos teatrais, workshops e atividades interativas, o festival celebra a diversidade e promove o conhecimento sobre a arte surda. O BH em Libras trabalha diretamente com a comunidade surda, sendo parceiro em ações de acessibilidade. Com uma equipe de profissionais intérpretes de Libras, atua na oferta cursos de Libras, teatro em Libras para surdos e intérpretes, curso de dança para surdos, de tradução de música para Libras e cursos formativos para surdos na área de marketing e entre outras áreas.
O 1º FESTIVAL MINEIRO DE ARTE SURDA (Projeto de nº 0284/2020) é realizado com os recursos da Lei Municipal de Incentivo à cultura, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, patrocínio da MGS e apoio do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.
Serviço
O quê: Festival Mineiro de Arte Surda
Quando: 30 de junho a 2 julho
Horários: 30/06 (de 18h30 a 20h3); 01/07 (de 15h a 17h / de 19h a 20h30) e 02/07 (de 16h a 20h30)
Onde: CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG, 30140-010 TEATRO II.)
Entrada (R$): Gratuita. Retirada de ingressos pelo TicketWork ou, presencialmente, no CCBB (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte)
Para mais informações, acesse: http://www.csite do CCBBulturasurda.com.br/ ou https://linkme.bio