A Banda Cabra Cega, formada por seis músicos cegos, estão com os instrumentos afiados para desfilar no pré-carnaval de Santa Tereza, no próximo dia 11 de fevereiro. Animação, o grupo tem de sobra, mas apesar de terem a liberação da Belotur para o desfile, não estão entre os blocos que receberam verba da prefeitura.
Assim, estão em busca de patrocínio com os empresários do comércio, indústria e quem mais puder colaborar para que possam colocar esta folia inclusiva na rua. Além da animação e da força de vontade, a Cabra Cega precisa peças importantes do desfile, como o trio elétrico, figurino dos músicos, a decoração do carro, banner da banda, transporte, pessoal de apoio, algo em torno de 10 mil reais.
Portanto, se alguém quiser dar uma força e entrar com o grupo nessa folia da inclusão, é só falar com o Jerônimo pelo WhatsApp (31) 99270-1917
Jerônimo vê a importância do cortejo no carnaval, não só para a banda, mas para outros artistas cegos, como uma abertura de porta no mercado do lazer e da cultura. Além disso, é uma forma de mostrar ao público e também à comunidade de deficientes visuais, que a cegueira não impede de se ter uma vida com qualidade e conviver com a arte.
É uma forma também apresentar o grupo para os vizinhos de Santa Tereza, de valorizar o artista com deficiência e mostrar que, por meio da música e da arte, é possível resgatar o pleno potencial humano e produzir meios de interação com toda comunidade.
Não ver com os olhos, para o grupo passa a ser um mero detalhe, pois a visão passa a ser através da música, especialmente as ligadas às raízes do ritmo nordestino de Luís Gonzaga, Dominguinhos Alçeu Valença, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Gonzaguinha e Dominguinhos não faltam no repertório do grupo.
A história musical dos seis integrantes do grupo começou, quando estudavam no Instituto São Rafael (Escola Especializada para Deficientes Visuais em Belo Horizonte). Formada em 1998, primeiramente como Forró no Escuro, depois o nome passou a ser Forró Bão Dimais e por último Cabra Cega. Mudanças de nome, mas não de qualidade do conteúdo.
Nesse período, foram gravados três CDs e realizados mais de 500 shows pelo Brasil afora em festivais e festas em Minas, Sergipe, Paraíba, São Paulo, Rio e Santa Catarina. No exterior já mostraram como se dança o baião em Londres (Inglaterra), na Turquia, Suíça, Washington (EUA).
Mas para acrescentar um pouco mais de brilho a essa história, de acordo com Jerônimo, falta apenas banda tocar no Forró de Belô. “Um dos sonhos da nossa turma é um dia ser convidada pela Belotur para tocar no Forró de Belô. Quem sabe este ano a gente consegue uma chance, né? ”
É com toda essa trajetória musical de sucesso, que o grupo pretende mostrar sua irreverência e alegria no cortejo pela Rua Mármore, contagiando a quem quiser seguir forró e o balanço da Cabra Cega, dia 11 de fevereiro, às 10 h.
Serviço
Cortejo da Banda Cabra Cega
Saída: Rua Mármore com Gabro
Final: Rua Mármore 667, em frente à União dos Cegos.
