Se a comunidade não se envolver a vida do bairro vai mudar, ao contrário do que prefeitura quer nos fazer crer, será pra pior.
As propostas da prefeitura de modificações nas ADEs (Área de Diretrizes Especiais) apresentadas na Conferência visam, especialmente no caso de Santa Tereza, atender os interesses dos grandes empresários, sem levar em consideração o respeito aos moradores, que escolheram viver por aqui pelas características do bairro.
Apesar dos representantes de Santa Tereza terem rejeitado essas propostas, que vão impactar negativamente a vida de todos nós (aumento do fluxo de pessoas, do barulho, do lixo e tornar o trânsito ainda mais caótico do que nos finais de semana), elas vão de qualquer jeito entrar em votação, de acordo com o regimento da Conferência.
Como é maior o número de delegados (pessoas com direito a voto), do lado dos empresários, que visam apenas o lucro, sem dar nada em troca a Santa Tereza, a luta não vai ser fácil para manter nossa ADE e a preservação das características ambientais e de vida do bairro, além de prejudicar os comerciantes locais que já estão aqui instalados há anos.
Os debates foram pesados e a impressão que a gente tem é que a prefeitura fez a Conferência porque é obrigada pela Lei para favorecer apenas os empresários e validar a empreendimentos aqui instalados, como o caso da Drogaria Araújo, burlando a lei da ADE.
Aí vem a pergunta para reflexão: é isso que queremos para nossa vida?
Por isso é preciso ter o maior número possível de moradores, participando como observadores e fazendo pressão para que não sejam aprovadas, pois ser forem, serão irreversíveis e nossa vida se transformará radicalmente para pior do que já está com esse número escandaloso de 80 bares em um bairro formado por 63 ruas.
As inscrições de pessoas como observadores poderão ser feitas antes do início da Conferência, no sábado, dia 26, as 8h, na Escola Municipal Belo Horizonte, na Rua José Bonifácio 189 – São Cristóvão.
Vamos lá pessoal, defender Santa Tereza!
1 – Uma delas quer “utilizar os mesmos critérios para estabelecer o direito de permanência e o direito de substituição de atividades econômicas aplicados para o território municipal em geral nas Áreas de Diretrizes Especiais – ADEs”. Não se pode misturar alhos com bugalhos e nem cão e gato no mesmo balaio. Cada bairro tem sua característica e sua personalidade próprias, cada bairro tem uma vivência e um convívio de entre vizinhos e os comerciantes locais diferentes. Não tem como definir o mesmo para Santa Tereza e para Cidade Jardim ou Pampulha por exemplo.
Então os representantes de Santa Tereza rejeitaram essa proposta.
2 – Uniformização da permissividade de uso específica da Rua Salinas nos trechos:
● Rua Salinas, entre os trechos das vias Buenópolis, Esmaltina e Itacolomito;
● Rua Salinas, entre os trechos das vias Adamina e Formosa (R. Bauxita);
● Rua Salinas, entre os trechos das vias Norita e Tenente Durval (Pça Cel J. Persilva);
● Rua Salinas, entre os trechos das vias Theresa Moreira Ferreira e Capitão Bragança.
Proposta rejeitada pelos representantes de Santa Tereza considerando não haver justificativa para ampliação da permissividade comercial destes trechos. Tal alteração tende a prejudicar as diretrizes de proteção patrimonial e intensificar o trânsito local, que já é confuso nos horários de pico. E ao se permitir modificar qualquer item da ADE, abrimos exceção para mais tarde uma intervenção maior. Começam a nos comer pelas beiradas e depois querem o prato inteiro.
3 – Permitir que atividades econômicas já permitidas em ruas de uso misto (comercial e residencial) sejam estendidas às ruas que são apenas residenciais.
Proposta rejeitada considerando que seria permitir atividades de vias de uso misto em vias preferencialmente residenciais, infringindo as Diretrizes de Proteção Patrimonial do bairro. Além disso, ao permitir o uso comercial corre-se o risco de perturbação do sossego e aumento do trânsito em ruas estreitas com abertura de bares, supermercados e outros.
4 – A Associação Comercial apareceu com a sugestão imoral de em Santa Tereza não haver limite para o tamanho de estabelecimentos comerciais.
Proposta rejeitada por Santa Tereza. De repente no lado de uma casa em uma rua residencial, surge um restaurante de 500m² ou um hipermercado de 2000m². Além de impactar no trânsito, no aumento do lixo e da sujeira nas ruas, aumento do barulho, vai minar os pequenos comércios já existentes e tradicionais no bairro.
5 – “Na ADE Santa Tereza, definir que o conjunto de atividades tenha área unificada em 150 m² nas vias classificadas como (PE-1) (residenciais); e área alterada de 150 m² para 300 m² nas vias classificadas como (PE-2) (uso misto, residencial e atividade econômica). Alterar de 360 m² para 400 m² a área permitida aos serviços de alojamento (hotéis, apart-hotéis, pensões, etc)
Proposta rejeitada pelos mesmos motivos de impactos negativos listados acima, além de abrir espaço mais uma vez para modificações mais ampliadas na ADE do bairro.
6 – E agora a mais imoral e absurda dessas propostas da prefeitura, que mais uma vez é para atender interesses dos empresários, sem respeito aos moradores do bairro se refere ao quarteirão do Mercado Distrital. “No quarteirão do Mercado de Santa Tereza, propõe-se que sejam permitidas as atividades de: centro de convenções, gestão de espaço para exposições e feiras, casa de shows e espetáculos, discotecas, danceterias, salões de dança e similares, sem a limitação de área prevista no restante da ADE; comércio atacadista de produtos alimentícios, de sementes, flores, plantas e gramas, de produtos agrícolas.
Proposta rejeitada, pois quem reside nessa redondeza irá conviver diariamente com caminhões fazendo carga e descarga, o lixo e fim do sossego, pois já temos uma demonstração do ruído provocado pelos shows nas feiras realizadas no Mercado e do trânsito caótico.
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