Gente de Santê: Haydée Ribeiro e suas diversas faces - Santa Tereza Tem
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Gente de Santê: Haydée Ribeiro e suas diversas faces

“Vejo formatos em árvores, montanhas ou em um muro.  São coisas que as pessoas passam e não veem e logo tiro uma foto”. Assim, a Haydée Ribeiro, moradora de Santa Tereza, fala sobre suas fotografias, muitas delas publicadas aqui no Santa Tereza Tem. Ela não é fotógrafa profissional, mas uma amante da arte da imagem.

Alegre, brincalhona, boa de prosa, tem um risada, que dá gosto de ouvir, relatando as fotos e fatos de sua vida.

Essa história de fotógrafa começou com a jovem Haydée, aso 20 anos. “Minha turma brincava muito de fotografar, principalmente, quando a gente ia a Ouro Preto nos festivais e festas de amigos. Daí surgiu essa paixão. Gostava de tirar fotos da lua e ficava um tempão nesta tarefa, em que até saiam as crateras. Hoje, estou usando mais o celular”.

“Gosto de sair passeando por Santa Tereza com minha cachorrinha e aí fotografo tudo que me chama a atenção, seja uma árvore, uma casa, um tênis jogado no fio de eletricidade”, comenta ela.

A Música

Haydée é múltipla, pois também tem uma voz linda. A música sempre fez parte de sua vida e quando criança, ela era artista mirim, aos 10 anos, cantando nos programas de auditório da TV Itacolomi, Brasa 4 e Roda Gigante. E ela comenta que “pena que não tenho nada guardado da época, apenas as boas e más lembranças. As boas eram os aplausos e as brincadeiras. As más são da época da ditadura, quando ia pra TV, na Assis Chateaubriand, via e ouvia as bombas explodindo na Afonso Pena.  Eu ficava apavorada com a fumaça e os estrondos. Isso me marcou muito. ”

Na TV Itacolomi fez sucesso como artista mirim nos programas infantis

Ela não seguiu a carreira de cantora, mas era presença constante, tocando violão e cantando e tocando em rodas de amigos. E deixou essa herança para os filhos, que são músicos profissionais nos Estado Unidos, onde moram.

Por falar na terra do Tio San, Haydée em 99, devido à situação econômica do país e com o marido desempregado, seguiu o caminho aberto por suas irmãs. Juntou a família e deixou Santa Tereza, migrando para os Estados Unidos. “Lá vivemos por 12 anos. Trabalhei como cabeleireira. Acho que cortar cabelo é uma arte com a mão. Você tem de gostar e ter talento, não é só pegar na tesoura. Nas horas vagas eu fazia customização de roupas, vendidas no salão e em uma loja, onde customizava roupas. A loja até fez desfiles com as roupas nas quais eu dava um toque original”.  

Em 2011, com o marido doente, voltou para Santa Tereza. “Voltamos e os filhos ficaram”, comenta com um ar de saudade de suas três crianças, Raissa, Marcelo e Daniel.      

Arte em várias faces

A arte é parte de sua vida, onde o desenho e a pintura marcam ponto.  Começou como designer na Editora Betânia, fazebdi capas de livros, revelando a veia do desenho. Como ela diz “deu na telha estou desenhando, fazendo quadros e customizando roupas minhas e de quem se interessar”. Atualmente ela está na fase dos temas africanos, flores, natureza.

Haydée e Santa Tereza

Nascida na cidade do Serro, com três anos, a família mudou-se para o bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte. Já adulta foi para Nova Suissa. Nessa época cantava em um bar no Salgado Filho, onde o proprietário, Ronaldo, encantou-se por ela e ela por ele. Não deu outra, casamento em 1985.  Foi aí que começou a história de amor por Santa Tereza, pois vieram morar aqui.

A lua sempre foi uma inspiração

“Santa Tereza é o melhor bairro que conheço. É diferente de todos, uma cidade pequena, onde a gente anda se sentindo muito à vontade ao contrário de outros. O bairro tem uma cara que remente à tradição e só de olharmos as ruas, as casas, ele já lhe conta uma história”, comenta ela.

Na cantoria da esquina com Gabriel Guedes, na Paraisópolis com Divinópolis

Haydée observa que “a relação do bairro com a arte é engraçada. O lugar parece atrair, para morar aqui, pessoas que gostam ou trabalham com arte. Sem querer o artista já está aqui. Músicos tem demais. De repente você escuta um saxofone, um violão, uma música de qualidade, não um barulho.  O Gabriel Guedes, quando morava em BH, era meu vizinho de prédio e eu abria até a porta para ouvi-lo tocar piano. Pra resumir, Santa Tereza é um lugar único, que eu amo demais”.

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