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Rede Lixo Zero “projeto dos baldinhos”

Rede Lixo Zero “projeto dos baldinhos” e os serviços integrados

Pela equipe Lixo Zero

Na celebração dos três anos da Rede Lixo Zero Santa Tereza, neste mês de outubro, convidamos vocês a conhecerem um pouco mais da nossa história de construção colaborativa com o bairro.

Na última semana ( https://bityli.com/RFIM2 ), retomamos o contexto em que se deu o início da coleta seletiva no Santa Tereza, em 2017. Na execução do serviço de coleta, a Coopesol Leste, cooperativa de catadores sediada no bairro Granja de Freitas, mobilizava o bairro a refletir sobre a destinação de seus resíduos e, ao mesmo tempo, buscava novas formas de geração de renda para as famílias de catadores envolvidas com a cooperativa.

REde Lixo Zero recolhe resíduos no mercado latas e copos descartáveis
Coleta em evento no Mercado Distrital de Santa Tereza

Em 2018, um novo projeto para destinação correta dos resíduos, no bairro, surgiu o Spiralixo, uma inciativa do coletivo de cultura rastafári Roots Ativa, voltado difusão de técnicas e serviços para o tratamento dos resíduos orgânicos. Conhecido como projeto dos baldinhos e operado em parceria com a Feira Terra Viva, tratava-se de um sistema de compostagem no qual eram atendidas mais de 50 famílias da região.

Neste texto, pretendemos apresentar brevemente como surgiu o projeto Spiralixo e como a atuação conjunta desses dois operadores – a Coopesol Leste e o Roots Ativa – nos permite, hoje, caminhar na direção de um bairro Lixo Zero.

Coletivo Roots Ativa

O coletivo de cultura rastafári Roots Ativa, há 12 anos, desenvolve projetos no Aglomerado da Serra, onde vivem seus integrantes. Seus integrantes buscam fortalecer uma cultura comunitária centrada no trabalho associado.

Entre suas ações estão à promoção de serviços de saúde e autocuidado, cursinhos e oficinas para jovens e adultos e iniciativas de alimentação saudável. A afirmação de sua identidade negra é o elemento que os agrega e os mobiliza.

Dentre as ações que desenvolviam, em 2015, foi criado o projeto Vida Composta, com o objetivo de propor soluções comunitárias para o tratamento dos resíduos orgânicos, na Vila Nossa Senhora de Fátima.

Este projeto contribuiu para construir melhores condições sanitárias às famílias do entorno, que conviviam com problemas de vetores de doenças, devido à falta de saneamento e à má disposição dos resíduos.

Ainda antes do Vida Composta, o Roots Ativa já produzia e comercializava minhocários, realizava oficinas de compostagem doméstica e articulava esses serviços com a produção de alimentos saudáveis, mudas e fertilizantes agroecológicos.

Conheça, nesse vídeo, o projeto Vida Composta:

Projeto dos baldinhos

O Roots Ativa é também um dos componentes da Feira Terra Viva, esse importante empreendimento, que reúne produtores agroecológicos e da Economia Solidária, desde seu nascimento, no bairro de Santa Tereza.

Nessa feira, o grupo rastafári trabalha com duas frentes de produção e comercialização: a alimentação natural e vegetariana e a comercialização de minhocários e de produtos derivados do processo de compostagem, como terra (composto orgânico), biofertilizante líquido, preparado para pragas, entre outros produtos para jardinagem.

Nesse espaço, o coletivo também realizava oficinas de construção e de manejo de minhocários.

Com a ideia de oferecer um serviço de recebimento e tratamento de resíduos orgânicos às famílias frequentadoras da Feira Terra Viva, o Spiralixo trouxe, em maio de 2018, o projeto Vida Composta para o Santa Tereza, inaugurando um núcleo de compostagem nessa mesma feira – o “projeto dos baldinhos”.

Projeto dos baldinhos recolhe lixo orgânico

As famílias, por meio de uma contribuição mensal, podiam levar seus resíduos orgânicos até esse ponto de recebimento, onde eram manejados e tratados pelos integrantes do Roots, em composteiras construídas a partir do reaproveitamento de pallets. A cada três meses, as famílias tinham como bônus produtos obtidos a partir de seus próprios resíduos, como adubo, mudas e fertilizante

Com uma coleta seletiva às segundas pela manhã e a criação do projeto Vida Composta, alguns moradores do Santa Tereza já conseguiam garantir a destinação correta de mais de 90% de seus resíduos domésticos!

 O que, até então, eram dois projetos em paralelo, começou a ganhar contornos de integração no Mercado Distrital de Santa Tereza.

Eventos lixo zero –  O Mercado Vivo + Verde

Em parceria com os movimentos Salve Santa Tereza e Mercado Vivo + Verde, começamos a construir propostas de como a Rede Lixo Zero poderia contribuir para esse movimento de ocupação e reivindicação do mercado enquanto espaço da economia popular e solidária.

Na 5ª edição do “Mercado Vivo + Verde”, começamos a, então, a prestação de serviços Lixo Zero em eventos.

Desde então, em todas as oportunidades que colaboramos, quase todo resíduo gerado foi recuperado. A integração entre Coopesol Leste e Roots Ativa permitiu que o Lixo Zero passasse a ser realidade nesses eventos, no quais os recicláveis secos eram coletados e viravam renda para os catadores da cooperativa, enquanto os orgânicos eram tratados no próprio Mercado Distrital, gerando posteriormente adubo para aplicação no próprio local.

Tratamento do resíduo orgânico gerado no Mercado Vivo + Verde, no próprio Mercado Distrital, e saquinho de composto gerado

Proposta de criação de um Núcleo Lixo Zero

A partir de todas essas experiências até aqui narradas, a Rede Lixo Zero Santa Tereza começou a pensar a possibilidade de integrar mais suas ações e promover melhores condições de acesso a seus serviços. Com o apoio de tantos e tantas moradoras do bairro, logramos construir os Núcleos Lixo Zero, como proposta de solução integrada para os resíduos domésticos.

Essa história, porém, continuaremos a contar apenas na próxima semana. Por enquanto, deixamos para o leitor esse vídeo como aperitivo!

Equipe Lixo Zero Santa Tereza

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