Delícias de Santê: Sabor da tradição na Linguiça Vô Mourão - Santa Tereza Tem
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Delícias de Santê: Sabor da tradição na Linguiça Vô Mourão

Texto e fotos: Isa Patto

Minas Gerais é conhecido pelas tradições, religiosidade, histórias de
família. Na culinária, os mineiros trazem simplicidade, sabores característicos acompanhados de histórias e afeto, se a receita é passada de geração a geração. E Santa Tereza não fica de fora. Temos uma família que preserva essa tradição na Linguiça Vô Mourão.

A iguaria é feita pela filha do Sr. José Maria Mourão, Ana Cristina Mourão Rocha e seu marido Eduardo Xavier Rocha, que resgatou a receita da linguiça, feita pelo seu pai por 40 anos..

Segundo Ana Cristina, seu pai começou a fazer linguiça ao se aposentar. “Ele nunca conseguiu ficar parado, gostava de trabalhar e procurou algo para ocupar o tempo. Então, teve a ideia da linguiça, de forma diferenciada, artesanal e de qualidade. E a produção durou 40 anos, até 20 dias antes de seu falecimento em 2015″ , lembrou.

Sr. José Maria Mourão foi o criador da receita Foto: arquivo de família

Eduardo conta sempre ajudava o sogro e que em 2018, vendo o equipamento usado por ele parado, resolveu, junto com a esposa, retomar a produção. “Eu já sabia como ele gostava de fazer e é exatamente como preparamos. A linguiça de porco é feita com lombo bem limpo e sem acréscimo de toucinho e com ingredientes de qualidade. A ideia é manter a tradição e o sabor, ou seja, fazer exatamente como ele fazia e com todo carinho. Até brincamos, que se fizermos alguma coisa errada ele vai descer lá de cima e puxar nossa orelha e nosso pé a noite”, contou sorrindo.

É desta máquina que sai a iguaria – Foto/ Isa Patto

Homenagem ao Vô Mourão

No início era só para consumo próprio, sem intenção de vender. “Na época recebemos uns amigos que experimentaram. Eles começaram a encomendar, falar para os amigos, familiares, e a notícia se espalhou. Quanto a gente se deu conta já estávamos produzindo e vendendo, inclusive para vários clientes antigos dele”, contaram.

Ana Cristina também lembra que essa ideia de retomar a produção de linguiças é uma homenagem ao pai e o nome de Vô Mourão foi a pedido das duas filhas, pois ele era um avô muito dedicado e amoroso.

Eduardo ressalta que a linguiça é 100% artesanal e natural, sem adição de conservantes ou produto químico, com carne e tripa de primeira. A produção gira em torno de 15 a 20 Kg por fim de semana, de acordo com a encomenda. “Faço questão de entregar bem fresquinha. Anoto os pedidos até quinta feira, preparamos as carnes, na sexta de manhã enchemos as linguiças e a tarde ou sábado pela manhã entrego. Às vezes deixo dois ou três quilos de reserva para eventuais pedidos, e nesse caso congelo, mas nossa prioridade é sempre entregar in natura e fresquinha”, explicou.

No cardápio tem, além da tradicional tem de frango, lombo com jiló, queijo ou azeitona, apimentadas ou sem pimenta. Eduardo fala que além da qualidade, a variedade também é um diferencial e que querem chegar a 25 sabores. “Nós mantivemos a receita tradicional, mas criamos outras opções. Em breve teremos a Vegana, feita com tripa a base de colágeno que tem que ser tirada na hora de comer”, revelou.

Além das linguiças, o casal produz as minipizzas congeladas Vovó Vitta, que por um tempo eram vendidas na Vitta Pizza e atualmente por encomenda.

As pizzas Vovó Vitta eram comercializadas nas feiras e na pequena cantina da Rua Tenente Durval. Atualmente, apenas por encomenda. Foto/ Eliza Peixoto

Daqui não saio

Tanto a família de Ana Cristina quanto a de Eduardo são de longa data em Santa Tereza. A de Cristina foi uma das primeiras a morar no bairro. Seu bisavô e sua bisavó vieram de regiões diferentes de Portugal, se conheceram aqui e depois de casados vieram morar em Santa Tereza. Portanto a família está no bairro há quatro gerações. “Acho que ninguém sabe, mas foi meu bisavô quem fez os arcos da Igreja de Santa Tereza”, lembrou Cristina.

Cristina e Eduardo em uma das feiras realizadas na Praça de Santa Tereza, vendendo pizzas, que também são entregues por encomenda. Foto/ Eliza Peixoto

Eduardo, 58 anos, veio com dois anos da cidade mineira de Rio Casca para morar em Santa Tereza e nunca mais saiu. “Me considero mais “santaterenze” do que qualquer um. Eu e Cristina nos conhecemos aqui, namoramos, noivamos, casamos e tivemos nossas filhas, tudo em Santê. Temos parentes e muitos amigos por perto, então não tem a menor possibilidade de mudança. Aconchego é a palavra que explica nosso sentimento por Santa Tereza que amamos tanto”, confessou.

Telefone para encomendas.: 99796.7405

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