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Ateliês de Santê: Roland Raia

Ateliês de Santê: Roland Raia, passatempo que virou arte

Santa Tereza tem e sua gente tem o estranho poder de cativar as pessoas, até mesmo os estrangeiros. Foi o que aconteceu com o engenheiro e fotógrafo por hoby, Roland Raia, um alemão, que vive e mantem uma pequena galeria de arte fotográfica aqui no bairro.

A história dele com o Brasil começou há muitos anos, em 1994, quando, no Rio de Janeiro, conheceu sua primeira esposa. Logo voltou pra Alemanha e se casaram lá. Com o tempo acabou a paixão do casamento, mas a paixão pelo país não.

Então ele aproveitou a oportunidade dada pela empresa onde trabalha, vendeu tudo o que tinha em seu país e mudou para Porto Seguro (BA), onde trabalhou por um ano.

Roland Raia: paixão pelo Brasil e Santa Tereza

Depois veio para Belo Horizonte. Não é que no primeiro dia na cidade conheceu uma moça de Santa Tereza?  A jornalista e funcionária da Caixa Econômica, Natalia das Mercês Silva Raia. Foi paixão à primeira vista. Logo se casaram e foram morar em Santa Efigênia, onde não ficaram por muito tempo, vindo se fixar em Santa Tereza, há 12 anos. Infelizmente, há três anos, Natália sofreu um AVC, que lhe deixou sérias sequelas. Hoje ela vive praticamente na cama, onde recebe atenção, carinho e o cuidado de Roland.

Roland e Natália nos tempos de saúde

Ele comenta que “Santa Tereza é maravilhosa, uma vila dentro da cidade. É bem familiar e aqui a gente conhece as pessoas, conversa com elas na rua. Outros bairros são mais anônimos.  E por ter poucos prédios altos faz a gente se sentir mais livre. A jeito das casas chama a atenção e como gosto de passear pelas ruas, sempre descubro uma diferente”.

E como todo alemão, Roland adora chope e para ele, “aqui é o lugar ideal para sair, ir a um bar perto de casa. Antes da Natália adoecer, íamos sempre. Agora ficou mais difícil, mas, ainda vou, pouco. Quer coisa melhor, sair de casa, andar três minutos, chegar no bar e tomar um chope?

A música brasileira é outra paixão de Roland, que curte a bossa nova, o samba e o Clube da Esquina. “Olha que legal, moro a 50 metros da famosa esquina”.   Mas o que conquistou o coração alemão é a cordialidade brasileiro.  “Gosto das pessoas, da sua hospitalidade. É uma gente agradável e todo dia me surpreendo com esse jeito de ser brasileiro”, observa.

Passatempo que virou arte

Paralelo ao trabalho de engenheiro em biotecnologia, que lhe proporciona a oportunidade de viajar pela América Latina e pelo Brasil, ele se dedica à fotografia.

Roland aproveita as viagens para registrar com sua câmara, principalmente cenas nas cidades, como pessoas nas ruas, muros, arte urbana.  Mas não são simples fotos, ele trabalha com filtros e acrescenta outros detalhes e elementos, que tornam as imagens artísticas e intrigantes.

Ele explica que “eu aprecio principalmente cenas de ambiente urbano, coisas que são interessantes e levam as pessoas a refletir, pensar. Primeiro a pessoa olha a foto, gosta.  Depois olha de novo e então enxerga os detalhes e começa a analisar a situação mostrada.  O objetivo é incentivar o pensamento e a análise. A cenas urbanas têm mais detalhes para levar as pessoas à esta reflexão ”.

Quanto ao acréscimo de detalhes, como uma janela, por exemplo, ele justifica que “quando agrego outros elementos à fotografia, abro uma outra perspectiva, outra visão, outro sentimento, além de despertar a curiosidade em que olha a imagem. ”

Santa Tereza em preto e branco

Sobre sua visão fotográfica do bairro, Roland diz: “em Santa Tereza acho bonitas a arquitetura da igreja e do cinema, que proporcionam fotos lindas. Tenho várias fotos, mas nenhuma delas ainda me inspirou para fazer um bom trabalho da forma que gosto.  Acho mais interessante fotografar as casas, quando saio caminhando pelas ruas”.

Na Alemanha ele já fez três exposições e em Belo Horizonte está prevista uma mostra em janeiro, no Restaurante Casa dos Contos.

Para conhecer mais o trabalho de Roland basta acessar o site www.raifotos.com

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