Reportagem e fotos: Isa Patto
No dia 19 de março, o Lar das Idosas Santa Teresa e Santa Teresinha comemorou 25 anos de fundação. Celebração é o que não faltou: além de missa na igreja com a presença das 19 senhorinhas, de funcionários e voluntários da instituição, foram realizadas duas festas, uma no Salão Paroquial, após a celebração litúrgica, no dia 9, e outra no dia 19, na sede do Lar, com direito a bolo e salgadinhos e muita alegria
O Lar foi inaugurado em 1994, em um trabalho de equipe, liderado por Idalina Matias e Aparecida Silva, que contou com a colaboração e doação da comunidade. Idalina e Aparecida faziam parte da Sociedade São Vicente de Paulo e nas suas andanças pelo bairro, elas perceberam na época, a situação de risco, que viviam algumas idosas da Vila Vicentina, no mesmo local onde hoje é a sede da instituição. Arregaçaram as mangas e mobilizaram moradores, padres, empresas, profissionais autônomos para a construção da casa, onde hoje é o Lar de Idosas, à Rua Divinópolis, 225.
Trabalho em equipe
A história do Lar contou as mãos de muita gente. Uma delas, Maria da Glória Silva, a Glorinha, que acompanhou de perto todo trabalho da construção da casa e há 25 anos está sempre por lá e como voluntária já exerceu as funções de secretária e a de presidente por seis anos.
Ela conta que a princípio a obra iria se chamar Lar das Idosas São José, motivo pelo qual o dia 19 de março foi escolhido para a inauguração. Como existia outro asilo com esse nome, foi escolhido Santa Tereza e Santa Teresinha, as padroeiras da paróquia do bairro. “No dia da inauguração chovia muito. Nunca esqueci o padre Cornélios, que fez a benção, dizendo que chuva era sinal de que esse lugar era abençoado. Concordo com ele, pois já tivemos e ainda temos muitos problemas, mas em todos esses anos, contamos com o apoio dos moradores do bairro, de parceiros, de doadores e com isso temos o Lar como ele é. Essa é uma obra de Deus e obra de Deus não acaba”, comenta Glória.
Atualmente a instituição é presidida pela Sônia Marina da Silva, que começou como voluntária há 20 anos, foi diretora e há três anos assumiu a presidência. Segundo ela, o apoio de doadores, da comunidade, de parceiros e empresários locais é fundamental para a manutenção do Lar. “A despesa com a pessoa idosa é alta e boa parte delas são carentes. Daí dependermos muito de doações, de projetos e da prefeitura”.
Sônia conta que a maioria das idosas têm mais de 80 anos, muitas vezes não têm família e demandam cuidados específicos. “Sempre estamos precisando de ajuda financeira, de produtos, mas também da doação de tempo. A maioria delas não casou, não tem filhos ou referência familiar e é preciso entender que muitas só querem atenção, alguém para ouvi-las”.
Principais necessidades
São 19 vagas ocupadas por mulheres entre 63 e 98 anos, encaminhadas pela prefeitura. Conta com funcionários para manutenção do espaço, cuidadores e uma equipe psicossocial, com uma psicóloga e uma assistente social, responsáveis pela recepção das internas.
A coordenadora administrativa, Maria do Carmo trabalha há seis anos na administração e explica que todas as internas chegam por meio da prefeitura.
Segundo ela, as necessidades são muitas e que as campanhas para arrecadar fraldas, absorventes, produtos de limpeza, alguns itens de alimentação e remédios são contínuas. “Sempre chamamos a comunidade para ajudar na arrecadação desses itens e os moradores do bairro são presentes, participativos, como também as empresas locais e a igreja que ajuda demais. Também temos um bazar de usado que funciona toda quinta à tarde”, concluiu.
Voluntariado
O Lar de Idosas, conta muito com o trabalho voluntário de pessoas, estagiários ou grupos que doam seu tempo, com atividades lúdicas, oficinas de artesanato, conversas e até mesmo acompanhamento ao médico.
O voluntariado funciona por de contrato no qual é estipulado duas horas, uma vez por semana. Maria do Carmo explica que “pedimos à pessoa interessada que venha conhecer as idosas, qual a condição delas e só depois fazemos uma entrevista. Umas se dispõem a fazer o que precisar, outras já gostam de fazer trabalhos específicos. Todas são bem vindas”, finalizou.
A funcionária Maria Beatriz Alves, 70 anos, era uma voluntária. Há seis anos foi convidada para trabalhar na casa como responsável pela limpeza. “O trabalho aqui é tranquilo e conviver com elas é um aprendizado. Me vejo em cada uma das idosas e penso na maneira que eu gostaria de ser tratada se estivesse aqui. Afinal, amanhã pode ser eu. Envelhecer não é fácil, ainda mais com limitações e problemas de saúde, por isso sempre chego no final do dia pensando que poderia ter feito mais”, ressalta.
Doações
Para quem quiser colaborar, seja doando bens ou tempo, o Lar está aberto às visitas, preferencialmente nos dias de semana nos horários de 7h às 18h. Telefone para contato (31) 3468-9110