Texto e fotos: Letícia Assis
Leveza. Uma palavra de pouco peso, que dá um toque especial no que é singelo e delicado. Para Sônia Nogueira, psicóloga aposentada e moradora do bairro Santa Tereza, essa palavra sempre significou algo especial entre a tela e o pincel, ajudando-a a lidar com a vida de forma mais serena.
Ateliês de Santê: Sônia Nogueira Fotos: Letícia Assis
Sônia conta que, antes de se aposentar, a vida era muito agitada e corrida. “Fui mãe solteira, trabalhava o dia inteiro, quando na verdade sempre quis uma vida mais leve. E eu carreguei essa palavra comigo – leveza – por muito tempo, até encontrar na aquarela aquilo que sempre desejei, por meio da leveza que a arte propõe”.
Com o gosto afinado para a arte desde criança, Sônia não dispensava o lápis de cor e de colorir. Desenhava muitas paisagens e figuras humanas, e até hoje é assim. Antes de deixar a aquarela ocupar seu coração, chegou a se aventurar por outras técnicas, como a tinta a óleo e acrílica, e também fez cursos de curta duração como curso de desenho.
Na verdade, tudo começou como brincadeira e distração, até um amigo sugerir a Sônia que ela concorresse ao Prêmio da Bienal Naif do Sesc de Piracicaba, em São Paulo. “Naif é um estilo ingênuo de pintura, sem técnica, sem academismo e/ou perspectiva. Quanto mais cru, mais a obra se aproxima desse estilo”, explica Sônia, que já foi premiada três vezes na Bienal Naif do Sesc de Piracicaba.
Segundo a pintora, “o mais legal é que é um premio que quebra as barreiras, pois tem pessoas de todas as camadas sociais”, explica, já que o objetivo da Bienal é dar oportunidade a pessoas sem técnicas, mas com talento, o que também lhe deu oportunidade de expor seu trabalho por 15 dias na Exposição Anual Universo da Aquarela em Xangai, na China.
Sem pressa, nem pausa, Sônia ainda pretende realizar uma exposição com todas suas obras e, quem sabe, até dar aula de aquarela. Participa esporadicamente de feiras de artesanato, inclusive as de Santa Tereza, na Praça Duque de Caxias, e sempre faz sucesso com seus quadros, canecas e jogos americanos de mesa decorados com suas pinturas.
“Eu não se eu achei a aquarela ou se ela me achou” comenta rindo Sônia, ao falar sobre o tanto que a pintura faz bem para ela mesma. “Esse tempo todo que trabalhei em consultório, também encontrei algo que me atendesse com cor, leveza, arte e uma fala diferente. O melhor retorno que a aquarela me dá é a possibilidade de me tornar uma pessoa melhor”.
Conheça um pouco do trabalho de Sônia Nogueira.
