O tempo chuvoso não desanimou o Mutirão Agroecológico no Mercado de Santa Tereza, no domingo (12 de dezembro),apesar do público ter sido menor – cerca de metade do anterior, que contou com 84 participantes. Os canteiros receberam manutenção e novas mudas de espécies como taioba, azedinha, peixinho da horta, capuchinha, almeirão de árvore, babosa, sálvia, bálsamo, campim-cidreira, alecrim, melancia, tamarindo, mexerica, bertalha, acerola e árvores nativas para composição do sistema agroflorestal como ingá e birosca. As mudas foram doas pela CMAUF. O grupo de Circo e Teatro El Indivíduo animou a ação e foi realizada roda de conversa sobre possibilidades de ocupar o espaço de forma mais efetiva, com participação popular.
A iniciativa, já realizada em agosto e novembro deste ano, é da rede Mercado Vivo + Verde, formada pelo Movimento Salve Santa Tereza, Associação Comunitária do Bairro (ACBST), Feira Terra Viva e outros vários grupos ligados à agroecologia urbana e manifestações artísticas, que reivindicam a reabertura do Mercado Distrital, desativado desde 2007. O evento realizado pela terceira vez na área externa do Mercado tem como objetivo “fortalecer a luta por um Mercado Vivo + Verde e livre para todos!”
“O Mutirão está dando nova vida ao Mercado de Santa Tereza e nos proporcionando contato com a natureza. Em uma cidade que tem cada vez menos áreas verdes, este é um importante espaço para cultivar a terra e resgatar a nossa origem, que é o ambiente natural. Muitos estudos comprovam que essa relação é muito importante e benéfica para os humanos”, salienta o ambientalista Izinho Benfica, morador de Santa Tereza, que se empenhou na abertura e cultivo de novos canteiros.
Se por um lado há pessoas envolvidas em cuidar e ressignificar o uso do Mercado de Santa Tereza, valorizando a importância dele para o bairro e a cidade, por outro lado há quem o degrade. Durante o Mutirão, os voluntários retiraram grande quantidade de lixo dos canteiros, atirados do lado de fora por quem passa pelo passeio do Mercado. “Materiais como garrafas pet, vasilhames e sacos de plástico acumulam água e tornam-se foco de mosquitos. que transmitem doenças, como dengue, chikungunya e zicavírus. “Infelizmente encontramos vários desses materiais nos canteiros, representando sérios riscos para quem mora no entorno do Mercado. Não adianta limparmos se as pessoas não tomarem consciência de que a responsabilidade com o cuidado do espaço público é de todos, porque as consequências do descuido também vão para todos”, alerta Mauro Lúcio, taxista e morador do bairro Santa Tereza, que integra os movimentos Salve Santa Tereza e Mercado Vivo + Verde.
Desde março deste ano, o Mercado está sob a gestão da Fundação Municipal de Cultura, que mantém uma comissão paritária com a comunidade, para discutir sua ocupação. Está prevista a abertura de um edital para selecionar projetos para a área externa em 2017, mas para a área interna ainda não há previsão, pois o galpão está tomado por móveis de diversos órgãos ligados à prefeitura.
A rede Mercado Vivo + Verde, movimento social, que conta com representatividade nesta comissão, está programando um painel público para debater formas de gestão com participação popular para ocupação permanente do Mercado, englobando atividades artísticas e agroecológicas. O painel ocorrerá dentro dos próximos dias, com data e horário a definir. Acompanhe mais notícias sobre o Mercado no portal Santa Tereza Tem.