Santa Tereza é um lugar meio “esquisito” (no bom sentido) e inusitado. Há coisa que parece só acontecem por aqui, onde as pessoas não precisam, nada, além da simplicidade, para serem felizes. Claro que há alguns tropeços, como diria o poeta Carlos Drummond Andrade, “tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra”, mas o legal é que as pessoas tiram a pedra ou dão a volta. Um exemplo disso, hoje, no Dias das Mães, foram os cartazes espalhados por algumas ruas dizendo “Procura se: A melhor mãe do mundo! Recompensa: muito amor! assinado: Seus filhos” e uma foto da homenageada.
Os autores dos cartazes são os filhos e netos da Família Araújo, que decidiram homenagear as mães de uma forma diferente e bem original. Além dos cartazes espalhados pelas ruas, pela manhã saíram em cortejo da Rua Bocaiuva, o quartel-general, até a Praça Duque de Caxias, para que a mães se descobrissem nos cartazes. Na Praça, sempre na Praça Duque de Caxias, o coração deste cantinho de Belo Horizonte, fizeram um piquenique, reunindo as mães, filhas e filhos, tios e tias, primos e primas e pais, netos e netas, em uma grande confraternização, com cerca de 30 pessoas.
Fernanda Araújo uma das filhas e também mãe, conta que desde a morte da matriarca da família, Dora Olinto Araújo, há três anos, eles decidiram, para manter a família unida, continuar os encontros semanais dos 11 filhos Dora e Cristovam Araújo, na casa deles, à Rua Bocaiúva. E também nas datas comemorativas, como o Dia das Mães, por exemplo. Neste ano, decidiram pelo piquenique na Praça, uma forma diferente de comemorar e de usar o espaço público com alegria.
A mãe de Fernanda, Neusa Araújo, comenta que foi uma homenagem maravilhosa organizada por filhos e sobrinhos criativos. “Uma agradável surpresa, sair em tour por Santa Tereza, cada uma das sete mães, se descobrindo em cartazes nos postes e sendo agraciadas com um piquenique na Praça . Isso é coisa de Santa Tereza e, principalmente, da Família Araujo. Tínhamos mesmo de viver aqui”.
Ela conta que seus pais, Cristovam e Dora, moravam no bairro, eaqui se conheceram, se apaixonaram e se casaram em 1942. E do bairro não mais saíram, sendo que dos 11 filhos (sete deles mulheres, Neusa, Leni, Ione, Luci, Leila, Elizete e Jane), 10 aqui ainda residem.
Tudo simples, mas recheado como muito amor. Coisas de Santê!