As bolas do Viaduto Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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As bolas do Viaduto Santa Tereza

As bolas do Viaduto Santa Tereza foram fotografadas e podem ser vistas no formato de animação gif

 

philipe bolas

Philippe Albuquerque

 O universo urbano em constante reinvenção. É o que transparece no trabalho do designer gráfico Philippe Albuquerque, de 25 anos, feito com as bolas de concreto do Viaduto Santa Tereza. As 145 esferas foram fotografadas uma a uma, durante uma tarde, e apresentadas em formato de animação gif. A animação está publicada no blog Mesa do Phil (https://mesadophil.wordpress.com/2015/03/25/passeio-1-145-bolas-do-viaduto/) e será incorporada ao próximo projeto de Philipe, sobre o patrimônio histórico de Santa Tereza.

 Morador do bairro há dois anos, à Rua Salinas, o designer gráfico está fotografando as 299 fachadas dos imóveis propostos para tombamento. A pesquisa integra um trabalho de vídeo-poética que busca coletar referências visuais, sonoras e escritas e transformar tudo em arquivos multimídia. 

Uma das 145 esferas fotografadas por Philip

Uma das 145 esferas fotografadas por Philipe

 A ideia de registrar as bolas em formato gif veio do desejo de registrar um momento presente de um local sempre reinventado. As fotografias foram feitas em abril – dias depois as peças foram pintadas de cinza e já estão pichadas novamente. “É impossível acompanhar as mudanças na trajetória estética do viaduto, em constante transformação”, diz Philippe. Um recorte de espaço- tempo de um monumento intimamente inserido na história de Belo Horizonte.

Projetado pelo engenheiro Emílio Henrique Baumgart, um dos primeiros a propor o uso do concreto armado no país, o viaduto foi construído em 1929. A ideia era ligar os bairros Floresta e Santa Tereza ao Centro da cidade. Tombado como patrimônio cultural da cidade nos anos 90, tem 390m de extensão, 13m de largura e 14m de altura. No livro Encontro Marcado do escritor Fernando Sabino, o personagem Eduardo Marciano e três amigos, que seriam o próprio Sabino, Otto Lara Resende, Hélio Pelegrino e Paulo Mendes Campos, sobem nos arcos do viaduto. O feito teria sido protagonizado em outra ocasião pelo poeta Carlos Drummond de Andrade.

 Hoje o  viaduto é palco de duelos de Mcs, audiências públicas e reuniões políticas diversas. No momento, é alvo de polêmica em torno das obras de recuperação, tendo, de um lado, os movimentos sociais e culturais e de outro, a prefeitura. Um dos motivos de esclarecimento, ainda não dado pela PBH, é porque os banheiros públicos recentemente construídos não estão abertos ao público. 

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