Duo francês Aurelie & Verioca, que conquistou o público da Praça Duque de Caxias, durante o evento SESC Choro e Samba na Praça, na semana passada, apresenta show, com entrada franca, no Museu de Artes e Ofícios, nesta quinta, dia 07 de maio, às 19h30. Assim, quem não assistiu às cantoras ou quer ver de novo, têm a chance de curtir o som brasileiro com sotaque francês.
Durante a apresentação, que faz parte do projeto Ofício da Música, sob a curadoria de Poti Castro, a dupla francesa irá lançar o disco “Pas à Pas”. No palco, o duo apresenta toda sua versatilidade, em um show diversificado, indo do samba ao baião, passando pela bossa nova e o maracatu ou ritmos mais africanos.
Além das 12 músicas novas do disco “Pas à Pas”, a dupla inclui duas músicas do primeiro disco “Além des nuages”: o choro franco-brasileiro “Reconciliação“ e o samba “Viver é ser feliz”, gravado com o Casuarina. Outra canção do repertório é o choro, homenageando Ernesto Nazareth, “Apanhei-te cavaquinho“ que ganhou uma terceira parte em francês e uma música de Guinga. E, para se lembrar que a ponte musical franco-brasileiro tem uma longa história, elas mostrarão uma versão bilíngue inédita da música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes : “Águas de março”.
CD “Pas à Pas”
Três anos de gestação e um ano de produção foram necessários para finalizar esse disco. Gravado em Paris, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, na Bretagne e em São Paulo, ele tem o sabor do mundo da dupla : profundamente franco-brasileiro.
Do lado brasileiro Aurélie e Verioca chamaram uma mulher que elas consideram como muito inspiradora : Joyce Moreno. A compositora carioca se considera fã da dupla e se encantou pelo projeto, chegando mesmo a aceitar o desafio de cantar em francês a letra que Aurélie escreveu para uma música instrumental de sua autoria, chamada “For Hall“. A música virou “Chocolat for (H)all“, uma canção em forma de despedida temporária do trio ao chocolate sem o qual “a vida tem muito menos gosto”.
Um outro destaque do disco é a versão francesa da obra prima do compositor Egberto Gismonti: “Lôro“ que virou em francês “À la dérive“ (À deriva). Nesta música, a dupla conseguiu criar uma paisagem inédita, um sonho de vai e vem feito ondas com a virtuosidade do arranjo da Verioca no violão, a emoção sofisticada da voz da Aurélie e a percussão telúrica de Zé Luis Nascimento (percussionista que acompanha a cantora franco-cabo-verdiana Mayra Andrade).
Para acompanhar o seu choro em francês chamado “Pas à pas“ (passo a passo) as duas chamaram os seus amigos mineiros do grupo Flor de Abacate. Os cinco músicos do melhor grupo de choro de Belo Horizonte toparam com alegria e inspiração fazer parte da aventura. Marcos Flávio no trombone, Sílvio Carlos no violão de 7, Ramon Braga no pandeiro, Dudu Braga no cavaquinho e Rubim do Bandolim. Esse choro em francês ficou tão lindo que deu título ao disco e ganhou até um vídeo com dançarinos de gafieira nas ladeiras de Montmartre em Paris (o Isnard Manso e a Paula Leal, diretores de duas das maiores escolas de dança do Rio de Janeiro fizeram a viagem só para participar do vídeo!)
Pesquisando no que a música brasileira tem de melhor, Aurélie escreveu uma versão francesa da música “O tempo de um samba”, do compositor e violonista paulistano Swami Jr. “Le temps d’un samba”, na nova versão com o segundo violão do próprio Swami, cria mais uma ponte cor de nuvens entre o samba daqui e le samba de lá.
Canções sussurradas para viagens íntimas. Ficando num ambiente aconchegante, a música “De novo” viaja ao lado do Oriente, com a flauta africana e a sanza de Thomas Vahle (músico de Mory Kanté) e a percussão de Stéphane Edouard (fiel percussionista da banda mítica de jazz fusão francesa“Sixun”).
Nas faixas 5 e 8 do disco, o cello de Médéric Bourgue carrega uma sonoridade nova, saudosa em “À tout ce qui nous lie”, e cheia de raiva em “Mas pra quê”. Na faixa 10, elas chegam ao Nordeste do Brasil, com um baião em forma de pesadelo feliz. A melodia escrita por Verioca inspirou Aurélie a escrever uma cavalgada fantástica, onde todas as figuras dos contos de fadas e outras personagens da mitologia poderiam se encontrar no seu travesseiro. Sereias, bruxas, cavalos e elfos se juntaram nesse “Rêve en baião” (sonho em baião) que também conta com a participação de Zé Luis Nascimento.
O disco termina com muita alegria no samba. O primeiro chamado “Hoje!” conta com a preciosíssima participação de Luís Filipe de Lima, arranjador de todos os musicais brasileiros dos últimos anos e que, para a ocasião, faz um duo com o cavaquinista virtuoso Osman Martins, paulistano radicado na Bélgica e amigo da dupla. O segundo samba, que tem por nome“Naquele bar” começa tímido e vira festa com o lindo bandolim de Marco Ruviaro, também paulistano mas radicado na Itália, e a flauta de outra francesa apaixonada pelo Brasil : Cléa Thomasset.
O projeto Ofício da Música tem o patrocínio da Gerdau e para manutenção de suas atividades, o Museu de Artes e Ofícios conta com o patrocínio máster da Oi, o patrocínio da Gerdau, Itaú, Cemig e o apoio do Instituto Oi Futuro, Hospital Mater Dei, CBMM, CBTU, CCR e Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, e com os benefícios das Leis Federal, Estadual e Municipal de Incentivo à Cultura.
Data :7 de maio, quinta-feira, às 19h30
Local: Museu de Artes e Ofícios (Praça da Estação, Centro, Belo Horizonte).
Entrada gratuita: Sujeito à lotação – até 300 pessoas
Informações: 31 3248 8600