O sentido da palavra “solidariedade” parece estar enraizado no histórico familiar das irmãs Maria Amália, Maria do Carmo, Maria Lídia e Ephygênia. Sempre motivadas a ajudar o próximo, essas quatro irmãs fazem um lindo trabalho social, na Creche Tia Dolores, que é, ao mesmo tempo, lição de vida e de amor.
A caçula, Maria Amália, sempre se preocupou em realizar trabalhos voluntários. Antes do surgimento da Tia Dolores, já ajudava em outra instituição, participando do cuidado diário de crianças especiais, portadoras de paralisia cerebral. Quando se aposentou, sentiu necessidade de fundar sua própria instituição, onde tomaria a frente e daria continuidade à atividade que sempre lhe foi gratificante. Em 1995, com ajuda dos familiares, surgiu a Creche Tia Dolores, entidade sem fins lucrativos, preocupada apenas em dar carinho e qualidade de vida às crianças especiais.
No começo, o imóvel era emprestado e tinha apenas dois cômodos. Hoje a casa é da própria entidade e vive em constante adaptação para melhor acomodar as crianças. Houve ampliação do local e adequação às necessidades das crianças, como a implantação do consultório odontológico. Além disso, o trabalho é acompanhado por fisioterapeuta, nutricionista e neurologista.
As tarefas são contínuas e diárias – a creche funciona 24h. Hoje são 13 crianças que vivem em regime de internato, recebendo a assistência em todos os momentos. Segundo Flávio Ribeiro, supervisor operacional da creche, a luta é diária e são várias as demandas para manter a entidade. Cada criança precisa de cuidado e alimentação específica. Elas fazem uso de dietas especiais de alto custo, essenciais para manterem uma boa saúde e um bom desenvolvimento. Também são utilizadas cerca de 600 fraldas por semana.
Flávio diz que a creche hoje sobrevive de doações e sempre tem dificuldades para manter a qualidade de vida das crianças com os medicamentos necessários e o devido tratamento. Elas passam praticamente toda a sua vida na entidade, crescem e se desenvolvem lá, sendo necessário fazer adequações constantemente, como reformas e trocas de berços, camas e cadeiras, que são criadas sob medidas para cada “pimpolho” de lá. Como eles passam a maior parte do tempo nas cadeiras, elas têm que ser bem confortáveis.
A irmã mais velha, d. Ephygênia, não mede forças para cuidar das crianças. Com toda modéstia, se diz tranquila e satisfeita podendo usar seu tempo com algo que, para ela, vale muito a pena. Dona Ephygênia ainda diz que não há nada de extraordinário no que ela faz, nem se sente engrandecida, nem nada. “É muito pouco o que a gente faz, mas para eles é de grande valia. É como se a gente estivesse na casa da gente. Todo mundo vem tranquilo, satisfeito, de cara boa”.
Para Neide Aparecida, mãe do Diego, o trabalho da Creche Tia Dolores é fundamental para que essas crianças recebam o cuidado e tratamento necessário e, além de tudo, com muito carinho. “O que tenho que falar é simplesmente que a melhor coisa que aconteceu na vida do meu filho foi a ajuda que ele recebeu aqui”.
Muitas das crianças estão lá por abandono ou maus tratos, pois nem toda família consegue atender de forma adquada as crianças com esse tipo de deficiência. Algumas não recebem visita de seus familiares desde quando entraram para a creche. Mas eles recebem constantemente visitas de voluntários dispostos a ajudar com as atividades do dia-a-dia e com o mais importante, ceder um pouco da atenção para doar carinho a essas crianças.
Você pode ajudar
Quem tiver interesse em ajudar, seja com contribuição financeira, doação de donativos ou doando o seu tempo para realizar visitas, basta ligar no telefone (31) 3482.4510.
A Creche tem parceria com a Cemig, para os interessados realizarem doações mensais através de sua conta de luz (saiba como fazer no mesmo telefone acima). O endereço da creche é Rua Marquês de Barbacena, nº 261, bairro Saudade, Belo Horizonte.
As portas da Creche Tia Dolores estão abertas diariamente para quem tiver o interesse de conhecer de perto o trabalho. Quem for, terá o prazer de conhecer crianças que são mais do que especiais. São crianças que nos ensinam a ser mais humanos, transbordando carinho e afeto.
Pode também doar sabão em pó, amaciante, desinfetante, detergente, cremogena ou maisena, cesta básica e fraldas XG e G.