Um estudo de especialistas canadianos publicado pela revista Pediatrics revela que as crianças que têm acesso a smartphones ou tablets nos quartos dormem menos do que aquelas que não têm acesso a estes dispositivos.
Os especialistas acreditam que os conteúdos veiculados pelos media emitem frequentemente mensagens que, segundo a Academia Americana de Pediatras, podem ter efeitos nocivos nos mais novos.
Um conjunto de pesquisas desenvolvido pela Academia Americana de Pediatras em conjunto com a Sociedade Canadiana de Pediatria revelou que crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 2 anos, não devem ter contacto com qualquer aparelho tecnológico. Já a crianças com idades entre os 3 e os 5 anos, o acesso deve ser restrito a uma hora por dia.
A revista Parents divulgou uma lista com dez razões que limitam e servem de proibição para a utilização da Internet e dos media digitais pelos mais novos:
O rápido crescimento do cérebro. Esta é talvez a razão mais importante para a restrição do acesso às novas tecnologias por jovens e crianças. Entre os 0 e os 2 anos, o cérebro triplica de tamanho. É também nesta altura que se inicia o seu desenvolvimento determinado sobretudo por estímulos ambientais. Nesse sentido, a exposição a elementos multimédia pode afetar de forma negativa o seu funcionamento.
Atraso no desenvolvimento. Segundo os especialistas, o uso das tecnologias pode restringir os movimentos da criança, dificultando o seu desenvolvimento intelectual.
Epidemia e obesidade. A utilização excessiva da Internet pode provocar um aumento significativo de obesidade em crianças e jovens. Aqueles que possuem aparelhos eletrónicos nos quartos têm cerca de 30% de probabilidade de sofrer de obesidade. No Canadá, 30 % das crianças correm o risco de padecer de diabetes e de acidentes cardiovasculares.
Privação de sono. Segundo o mesmo estudo, cerca de 60% dos pais não supervisionam a utilização de Internet e redes sociais pelos mais novos. Dados indicam que 75% das crianças com idades compreendidas entre os 9 e os 10 anos têm televisão no local utilizado para dormir e, com efeito, sofrem de privação do sono.
Doença Mental. O uso da tecnologia é uma das razões utilizadas para explicar as taxas crescentes de depressão infantil e os comportamentos problemáticos de jovens e crianças.
Agressão. Cada vez mais mais crianças e jovens estão expostos a conteúdos considerados violentos. Nos EUA, a violência nos meios de comunicação social foi constituída como um risco à saúde pública devido ao seu impacto na vida dos mais novos.
Demência Digital. A veiculação de mensagens rápidas pelos media pode contribuir para a diminuição da concentração e da memória dos mais novos.
Vícios. Funciona quase como uma influência. Os mais novos veem cada vez mais os seus pais e os familiares a utilizarem as novas tecnologias, tornando-se também eles ‘dependentes’ da sua utilização.
Emissão de Radiação. A OMS (Organização Mundial de Saúde classificou a utilização de telemóveis e outros aparelhos tecnológicos como um risco, devido à emissão de radiação.
Insustentável. O último fator, mas não o de menos importância: o futuro das crianças. Pode ler-se no estudo: “as crianças são o nosso futuro, mas não há futuro para as crianças com overdose de tecnologia.”
As restrições à utilização de aparelhos tecnológicos fazem referência a um conjunto de fatores, passando pela saúde mental e física de jovens e crianças até às suas relações sociais e familiares.
Transcrito do https://www.dinheirovivo.pt/