Médicos do Hospital João XXIII alertam: brinquedos podem provocar acidentes. Veja algumas dicas importantes para evitar os riscos e saiba como socorrer a criança
Na hora da compra, os adultos costumam considerar critérios como preço e a própria escolha da criança, mas não devem esquecer um item imprescindível a ser levado em conta: a segurança oferecida pelo brinquedo. Os riscos vão desde lesões mais leves a problemas graves de saúde.
A ocorrência de acidentes resultantes da introdução de partes de brinquedos na boca, nariz e ouvidos, assim como a ingestão pelas crianças de pilhas e baterias que compõem muitos desses objetos, torna ainda mais importante a adoção de medidas de segurança pelos pais e demais responsáveis.
Corpo estranho, um inimigo perigoso
Dos 5.563 acidentes envolvendo corpo estranho atendidos pelo Hospital João XXIII, de janeiro a outubro deste ano, 2.051 envolveram crianças de 0 a 12 anos. Muito estão relacionados a peças de brinquedos, pilhas, baterias, moedas, broches, entre outros.
As crianças, a partir dos três anos, estão mais sujeitas a colocarem os objetos no ouvido, ao passo que as de até dois anos, mais frequentemente, os introduzem no nariz. A coordenadora da Pediatria do hospital João XXIII, Eliane de Souza aconselha os pais e outros responsáveis pelas crianças a nunca tentarem remover o objeto e levá-las, o mais rápido possível, ao hospital, principalmente quando se tratar de corpo estranho no nariz, pois há o risco de a criança vir a sufocar.
Pilhas e baterias: risco de lesão e óbito
As pilhas e baterias ingeridas pelas crianças, quando alojadas no esôfago, podem provocar, em um período de tempo relativamente curto (4 horas), a ruptura do órgão e até mesmo levar à morte. Se aspiradas, elas passam pela laringe, traqueia e brônquios e podem atingir os pulmões. Caso as pilhas ou baterias sejam de maior dimensão, elas podem obstruir a traqueia e gerar insuficiência respiratória. De todo modo, diante da suspeita, deve-se procurar, imediatamente, atendimento de urgência.
Presente não precisa rimar com acidente
Eliane de Souza ressalta que ao adquirem os brinquedos, os pais e demais responsáveis pelas crianças devem dar preferência aos artigos em que o compartimento para armazenar as pilhas ou baterias seja parafusado. Outro cuidado importante é não comprar brinquedos incompatíveis com a idade da criança. Eles devem adquirir apenas aqueles que apresentam, na embalagem, a indicação da faixa etária adequada. Jamais devem levar para casa brinquedos que não contém o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que atesta a segurança desses objetos.
Os pais também devem observar os materiais que compõem os brinquedos. Somente devem comprar aqueles feitos com artigos resistentes, não tóxicos e não inflamáveis. Brinquedos com pontas ou bordas afiadas; que produzem ruídos acima de 100 decibéis; e com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm não devem ser dados às crianças.
Além disso, não são recomendados brinquedos com vidros para meninos e meninas de até cinco anos e artigos elétricos, ligados em tomadas, com elementos de aquecimento, com pilhas e baterias, para crianças com menos de oito anos de idade.
Fonte: Fhemig – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais