Questões sociais, como a infância e a mulher, são alguns dos temas retratados de forma criativa e inusitada nas obras da artista plástica belo-horizontina, Maria Eugênia Simões. “As diversidades dos problemas sociais, que afetam a existência humana como, por exemplo, o trabalho infantil, são situações que me inquietam e que sinto necessidade de explorá-los e denunciá-los a partir da arte”, explica a artista.
Maria Eugênia procura trabalhar com questões, onde sua arte possa acrescentar algo mais. Por exemplo, ao usar a imagem de mulheres importantes, como Frida Kahlo e a releitura da Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, Maria Eugênia questiona como a mulher é vista hoje e quais são as pressões exercidas sobre ela pela sociedade.
A vida em seus diversos aspectos é concretizada em sua obra por meio de contrastes de forma sutil no uso da renda e do branco, que trazem em si a ideia da leveza. O uso do arame farpado ou a madeira tosca, o tijolo aparente, as cores mais escuras, que traduzem o pesado da existência.
Nos seus trabalhos mais recentes o tempo tem sido um item bastante explorado, talvez pela idade e pelo amadurecimento, segundo ela. São lembranças e imaginações da infância, as experiências profissionais, a figura do relógio sempre presente. “Busco a imagem no tempo e dela alguns de seus contrastes, que ultrapassam a imaginação e se tornam realidade,” comenta a artista. Nesta fase de sua obra tem optado por trabalhar com técnicas mistas, unindo a colagem, acrílica e aquarela, além de usar o quadro objeto.
Ainda criança, ela descobriu o prazer de pegar o lápis e colocar as emoções no papel por meio do desenho. Na hora de decidir pelo vestibular escolheu fazer ao mesmo tempo o curso de publicidade na PUC/MG e Belas Artes na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde foi aluna dos consagrados artistas Amílcar de Castro, Jarbas Juarez e Álvaro Apocalipse, entre outros. “Pensei em unir as duas profissões, mas optei pelo caminho da arte, apesar de ter concluído o curso de publicidade.”
Durante 12 anos (1991 a 2004) Eugênia lecionou teoria e prática em arte para deficientes visuais da Escola São Rafael, que segundo conta foi uma experiência gratificante e enriquecedora. Atualmente, ela faz parte do grupo de artistas da Maison Escola de Arte.
Maria Eugênica participou de várias exposições, entre as quais, II Salão Internacional de Arte na Galeria Vieira Portuense – Porto, Portugal, Museu de Arte Contemporânea de Goiânia, Museu Casa dos Contos – Ouro Preto, Museu de Arte de Montenegro – RS, Ministério Público do Trabalho MG, WAF Expo – St. Francis Hotel – Santa Fé – EUA, Grande Galeria do Palácio das Artes, Sala Arlinda Corrêa – Palácio das Artes.
Premiações
Simultaneamente às exposições, pela originalidade e beleza de sua obra, conquistou premiações e seleções, como o Prêmio “Art Majeur Silver Award” 2011 atribuído pela Virtual Art Gallery Artmajeur, Medalha do Mérito Cultural “Benedito Luizi” 2012 pela Associação Brasileira de Desenhos e Artes Visuais, Outorga da Associação Brasileira de Desenhos e Artes Visuais para Comendadora – 2012 e Doação da Obra “Trabalho Infantil” para o órgão Ressourcerie 2Mains – Paris – França (2012), entre outras.
Santa Tereza
Sobre o bairro Santa Tereza, Maria Eugênia afirma que não perde a chance de vir visitar amigos ou ir a um dos diversos bares do bairro para uma cerveja ou um dedo de prosa. “Esse clima de interior, as casas antigas, a arquitetura, a praça, as pessoas prendem a gente. Não há como não gostar de Santa Tereza”, diz ela. Para conhecer o trabalho de Eugênia acesse o site: www.mariaeugeniasimoes.com.br ou agende uma visita pelo número (31) 9123.3131