Nada mais democrático do que uma praça, como a Duque de Caxias, por exemplo. Praças sãoponto de encontro das comunidades. São o coração do bairro. É onde a vida pulsa e as pessoas interagem.
Em um final de tarde de sábado, fiquei observando as pessoas que por lá estavam. Vários casais brincando com suas crianças. Meninos e meninas um pouco maiores se divertindo nos escassos brinquedos. Adolescentes conversando em volta das mesas de concreto e outros com seus skates. Um senhor em um banco, lendo um livro. Idosos nos bancos em frente à igreja, jogando conversa fora e, certamente, lembrando casos passados. O pipoqueiro com suas guloseimas. O vendedor de balões e outras miudezas. Uma senhora passeando seu cachorrinho. “Atletas” fazendo caminhada. Outro grupo de adolescentes da igreja batista cantando e dançando ao som do violão.
E, por fim, o polêmico piano, onde a garotinha Dalila arranhava o dó, ré, mi. Por falar em piano, faço aqui parênteses. É muito prazeroso, durante o dia, ouvir um músico ou outro ali sentado enchendo a praça com música. Mas à noite, para os moradores em volta, quando vândalos e/ou drogados quebram o cadeado e começam a batucar o teclado, cria-se um problema.
Se a prefeitura tirar o piano, alegando pedido de alguns moradores, não vai trazer tranquilidade a eles. O problema não é o instrumento. O problema são os usuários de droga e os vândalos que, segundo denúncias feitas por esses mesmos moradores, ocupam a praça, bem ao lado do Batalhão da Polícia Militar, durante a madrugada.
Se a prefeitura tivesse a mesma presteza em retirar os vândalos, como teve para retirar o piano, na última sexta-feira, o problema nem existiria. Porque não colocar vigilância noturna na praça como já existe em outros locais da cidade? É bom ter a dupla da guarda municipal durante o dia? Sim, claro que é. Mas ela se faz realmente necessária é à noite e nas madrugadas. Nesse horário ela vai evitar não só o barulho e a depredação feitos pelos vândalos, mas vai ajudar a preservar o patrimônio público e garantir a segurança de quem precisa passar por ali. Durante o dia, se me permitem a sugestão, uma dupla de jardineiros dedicados, cuidando das árvores, da grama e das flores, seria mais adequada.
A praça é como uma grande mãe. Todos cabem em seu coração. Mas há que se cuidar desse coração. Cada um fazendo sua parte. A população zelando pela sua limpeza, apanhando o cocô dos cachorros, ensinando as crianças a jogar o lixo na lixeira, a não arrancar as plantas.
O comércio ao redor poderia se unir e adotar a praça, colaborando com sua manutenção, como já acontece com as outras praças do bairro e da cidade. É uma forma retribuir um pouco do muito que recebem da comunidade.
E a prefeitura, disponibilizando vigilância noturna para garantir a segurança pública e a preservação do patrimônio também contribuiria e cumpriria sua obrigação municipal.
Esperamos que na reunião de segunda-feira (15) na Prefeitura, para definir o destino do piano, entre representantes da prefeitura, das Associações de Moradores e dos Bares e Restaurantes e Gabriel Guedes, que doou o piano, haja bom senso.
Simples assim. Basta ter boa vontade.