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A infraestrutura da festa precisa melhorar

Noticia36

A festa de ontem à noite, na praça Duque de Caxias, foi boa. Não houve grandes problemas, considerando a multidão que lá estava – umas dez mil pessoas ou mais, curtindo o som dos músicos do bloco Alcova. Alguns furtos, fruto da distração das pessoas, como a bolsa de uma foliã, que foi deixada no chão. Quando ela procurou, já era.

Pela manhã pode-se ver um dos lados ruins da grande festa: lixo por todo lado, cheiro de urina e a grama da praça pisoteada. Culpa dos foliões? Em parte sim, mas o principal foi a falta de planejamento da prefeitura que liberou o espaço para o evento deste porte e não instalou os equipamentos necessários, nem mandou o pessoal de apoio essencial para tudo correr bem.

Faltaram banheiros químicos e os dos bares em volta não deram conta de atender o pessoal. Muitas pessoas faziam seu xixi nos passeios e, diferente do Rio de Janeiro, a polícia não flagrou os “mijões”.

Faltou o trabalho da BHTrans, de organização do trânsito, que havia sido combinado com os moradores, por meio da Associação Comunitária do Bairro, da paróquia e da Associação dos Bares e Restaurantes. O trânsito ficou caótico, com carros estacionados dos dois lados das ruas estreitas, impedindo a passagem. Os ônibus não puderam entrar no bairro e os moradores, alguns muitos idosos, tiveram de descer na Avenida do Contorno com Rua Hermilo Alves e acabar de chegar a pé.

A Prefeitura também não colocou lixeiras extras e as normais da praça não comportaram o lixo. Assim, as pessoas foram jogando no chão, copos, plásticos, garrafas e latinhas. As latinhas eram logo apanhadas pelos catadores, mas e o resto?

Léia Rocha reside há anos em frente à praça, ao lado da igreja. Ela diz que o som foi até às 2h da madrugada, mas isso não a perturbou. O que incomodou mesmo, segundo ela “foi a ausência da prefeitura na fiscalização dos ambulantes, pois minha porta, inclusive a da garagem foi tomada por eles na aflição de vender sua mercadoria. Faltou a BHTrans para controlar o trânsito e policiamento do lado de cá da praça.  Com isso o pessoal urinava na minha porta, sem inibição.”

Mas o problema maior, ela diz foi pela manhã, quando foram recolher os banheiros químicos, os responsáveis jogaram o conteúdo na Rua Mármore. “Pra que colocar banheiros, se depois vão derramar no chão? Se o ar já estava irrespirável, piorou. Lavei o passeio, mas não adiantou.”

“Outra coisa que a prefeitura não fez foi cercar a praça, para proteger o gramado. Estava tão bonito, agora terá de ser replantado”, reclama ela. “Acho que a praça pode ser usada para eventos sim”, analisa ela, “desde que pequenos, como o Minas ao Luar. Aqui o espaço é pequeno para tanta gente como foi ontem.”

Magno Antonio Santiago reside em frente ao 16º Batalhão e  estava de vassoura na mão varrendo o lixo do passeio. Ele diz que “não sou contra carnaval, traz a alegria para o bairro. Mas a prefeitura planejou mal a estrutura para o evento de ontem. Principalmente, na questão do trânsito. Cadê a BHTrans? Tive de descer do ônibus na Avenida do Contorno e vir a pé até aqui. Ficou difícil também sair do bairro – as pessoas tinham de caminhar muito para achar um ponto de ônibus.”

 Quem está de parabéns é a SLU (Serviço de Limpeza Urbana), que hoje às 7 horas já tinha uma equipe de trabalhadores, que se esforçavam para deixar a praça limpa.

Para melhorar e tudo fluir normalmente  em outros dias, algumas providências precisam ser tomadas. Vamos relembrá-las:

 1. Mais banheiros químicos e que as pessoas que forem retirá-los não os descarreguem na própria rua.

2. Que a PMMG estenda a área de seu trabalho (na praça Duque de Caxias, por exemplo, os policiais ficaram todos em frente ao cinema e deixaram o “lado de lá” (proximidades do Bolão), sem ninguém. Também é preciso impedir os “mijões” e os exageros dos ambulantes.
 

3. Que a BHTrans cumpra o compromisso assumido e organize efetivamente o trânsito, principalmente os corredores dos coletivos urbanos.
 

4. Que a Prefeitura cerque os gramados da Praça (como é feito regularmente na praça da Estação) para proteger a grama e as árvores.
 

5. Que a SLU continue com seu bom e exemplar trabalho.

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