Texto e imagens de Isa Patto
Você sabia que em Santa Tereza está guardado todo o arquivo, inventário, acervo e obras sacras da Arquidiocese de Belo Horizonte? Fica no Memorial Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, ao lado da igreja, na Praça Duque de Caxias.
Criado em 2005, pelo Arcebispo Dom Walmor de Oliveira de Azevedo, este é um projeto pioneiro no Brasil, que visa a valorização e preservação do patrimônio histórico, cultural arquitetônico das igrejas das 28 cidades, que compõem a Arquidiocese.
O acervo é divido em quatro unidades: Inventário, Arquivo, Museu de Arte Sacra e o Centro de Promoção e Divulgação Cultural.
Este setor é o responsável pelas pesquisas de bens culturais imóveis e móveis. Acompanha também os trabalhos de conservação e restauração deles junto aos responsáveis por cada paróquia em articulação com o IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o IEPHA (Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico), entre outros órgãos oficiais responsáveis por zelar pela preservação da história.
Segundo Maria Goretti Gabrich, Coordenadora Geral do Memorial desde sua fundação, todas as igrejas tombadas e inventariadas dessas 28 cidades, são de responsabilidade do Memorial. Ela explica que qualquer obra ou restauração tem que passar pelo Memorial. “O padre responsável pela paróquia faz contato com a gente e nós verificamos se ela é tombada por algum órgão, seja municipal, estadual ou federal. Também somos os responsáveis pela indicação dos profissionais que vão fazer a restauração. Fazemos o projeto, que é encaminhado para aprovação nos órgãos responsáveis”.
A unidade de Arquivo do Memorial possui mais de 400 documentos do século XVII ao XXI, com textos, plantas, fotos, jornais, livros que podem ser acessados gratuitamente.
Maria Goretti conta que esta unidade pode ser procurada por quem quer pesquisar seus antepassados ou necessitam encontrar alguma certidão. “Se alguém quer fazer a árvore genealógica da família, descobrir sua origem ou encontrar certidão de avós, bisavós ou batistérios, é só vir aqui. Temos todas as documentações antigas da Arquidiocese”, explica.
Já o Museu de Arte Sacra, possui mais de 2000 peças, mas por falta de espaço, somente uma pequena parte está exposta para visitação e o restante está guardado e catalogado.
Segundo a Coordenadora, o Memorial será transferido para Catedral Cristo Rei. “Teremos nossa parte administrativa e um museu completo nas áreas da liturgia, do índio, da música, da história e das artes sacra, onde poderemos expor todas essas peças que hoje estão guardadas”.
Outra função do Memorial é a restauração de imagens sacras. Por meio de um convênio, algumas imagens, as menores, são restauradas pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (CECOR) da Universidade Federal de Minas Gerais.
Todo semestre é enviada ao CECOR uma lista de imagens que precisam ser restauradas. O trabalho é feito pelos alunossob a supervisão dos professores. Além disso, os profissionais do Memorial fazem o acompanhamento de perto e a arquidiocese paga apenas pelo material.
Maria Goretti explica que “no caso de alguma peça grande, são contratados restauradores profissionais por meio de licitação, que podem trabalhar aqui em nosso laboratório se quiserem”.
O Centro de Promoção é responsável por programas junto às paróquias para a preservação e divulgação do patrimônio histórico cultural e artístico. Faz também estudos e pesquisas das tradicionais festas religiosas mineiras com integração da comunidade e sensibilização quanto à sua preservação.
Atualmente, o Centro está fazendo uma relação de todas as festas religiosas da arquidiocese. Dois históricos já estão finalizados: a cavalgada do Morro Vermelho e a Festa do Rosário de Sabará. “A ideia é resgatar nossas festas religiosas, suas origens e toda a história que as envolvem”, esclareceu a Coordenadora.
O templo é o último projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, feito em 2006, para a cidade e será a sede da Arquidiocese de Belo Horizonte e do Memorial.
A catedral, que está em construção, pode receber cinco mil pessoas sentadas e em eventos maiores poderá receber até vinte mil. A área construída será de 44 mil metros quadrados, considerando-se o templo, três andares abaixo da praça e estacionamento.
Serviço
Quem quiser conhecer o Memorial:
Rua Mármore, 500 – Bairro Santa Teresa | Belo Horizonte/MG.
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 13h às 17h.
A visitação é gratuita.
Informações: (31) 34656200
