Esse Festival teria de ter mesmo no nome Audaz, pois foi uma audácia de seus organizadores e 
idealizadores. É uma ousadia montar três dias de atividades culturais e educativas (shows musicais, teatro, palestras, oficinas) e ainda discutir questões do bairro, em uma iniciativa, para unir os moradores de na busca pela qualidade de vida em Santê. E isso sem grandes patrocínios, contando com o apoio de alguns comerciantes, pessoas do bairro e com o trabalho voluntário de quem participou. E sem cobrar ingressos na maioria das atividades.
Estão de parabéns pela iniciativa os integrantes do Coletivo Audaz, que trabalhou pesado, e em especial Eros Fresic e Marcos Eliel, que movimentou o bairro neste final de semana, sem atropelos ou confusão. Parabéns audazes!
Dairlane Torres
A moradora Dairlane Torres, que expôs peças de seu brechó no Mercado, comentou que independente de ser expositora, aproveitou bastante o evento. “Foi tudo muito organizado, apesar do pouco tempo de preparação. Isso valoriza o bairro, o comércio, os artistas e traz diversão pra todo mundo. Muita criança e famílias inteiras por aqui, sem brigas ou confusão. Além disso, essa parte do bairro fica vazia demais e o movimento de pessoas traz mais segurança”, ressalta Dairlane.
Ela também destaca a importância de se utilizar o espaço do mercado: “é também um incentivo para reforçar o movimento dos moradores de abertura e ocupação do mercado junto à prefeitura”.
Eros Fresic
Para o músico e um dos idealizadores, Eros Fresic o Festival como um projeto piloto teve falhas sim, mas nada que impedisse o objetivo de fazer acontecer. “Depois é fazer uma análise de todos os pontos e preparar melhor para o próximo”, diz ele.
O público delirou, cantou, dançou e aplaudiu o show de encerramento, que contou com dezenas de músicos e, claro, os homenageados Toninho Horta e Marilton Borges.
Na plateia um espectador ilustre e especial, um dos principais compositores do Clube da Esquina, santaterezense e da família Borges, Márcio Borges, que veio prestigiar os amigos e o irmão Marilton.
Os homenageados Marilton Borges e Toninho Horta
Marilton comenta que recebeu com surpresa essa deferência. “É uma homenagem e tanto pra mim que tenho 50 anos de carreira e 74 de Santa Tereza. Aqui é o meu lugar, onde nasci, vivo e pretendo sair dele só no terno de madeira. Muito legal também a utilização de espaços do bairro, como o Mercado e a valorização do lugar onde vivemos.” E completa, “foi uma grande sacada do evento, não só focar na música, que a gente gosta, mas na diversidade da arte, que há por aqui”.
Segundo ele, “a vocação para a música em Santa Tereza não é de agora. Desde o início, com os blocos caricatos, a musical família Maciel e o Clube dos 50, entre outros. A gente também faz parte da história, mas seguimos os pioneiros. Temos carnaval, sim, temos bares, sim, temos música, sim. Por isso, as pessoas que estão se mudando pra cá precisam conhecer a história do bairro, suas características para se entrosar melhor com os moradores mais antigos e com o espírito de Santa Tereza”.
Para Toninho Horta este é um exemplo de evento pra cidade. “Os organizadores fizeram um trabalho de gigante, que contemplou jovens, crianças, adultos e todo tipo de público. Tudo muito caseiro e deveria ter mais vezes. Quem sabe o Outono Audaz?”, comenta o homenageado.
“Pra mim, continua ele, é uma honra receber essa homenagem e participar o evento. Apesar de não ter nascido em Santa Tereza, moro pertinho, e o bairro faz parte da minha vida”, segundo ele.
