Cultura de BH promete retomar fôlego e fala sobre Cine e Mercado de Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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Cultura de BH promete retomar fôlego e fala sobre Cine e Mercado de Santa Tereza

O novo presidente da FMC, Juca Ferreira, anuncia realização de festivais e responde sobre questões relacionadas ao Cine Santa Tereza e o Mercado Distrital do bairro

Juca Ferreira em entrevista coletiva à imprensa de BH

A chegada de Juca Ferreira para ocupar o cargo de presidente da Fundação Municipal da Cultura (FMC) e futuro secretário municipal de Cultura, no mês passado, trouxe novos ares e perspectivas para a área em Belo Horizonte. Nessa quinta-feira, 20 de julho, o gestor, que veio da Bahia e assumiu por duas vezes o Ministério da Cultura, concedeu entrevista coletiva a jornalistas e garantiu a realização de festivais culturais em BH.

Neste ano, serão realizados o Festival Literário Internacional – FLI-BH, de 14 a 17 de setembro, que terá parte da programação oferecida gratuitamente no MIS Cine Santa Tereza (em breve divulgaremos). De 18 a 23 de outubro será a vez do Festival de Arte Negra – FAN-BH e no próximo ano está prevista a realização do Festival Internacional de Teatro, Palco & Rua de Belo Horizonte – FIT-BH, de 18 a 27 de maio e do Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ-BH, de 30 de maio a 3 de julho.


Cinema e Mercado de Santa Tereza

Fachada do MIS Cine Santa Tereza

Durante a coletiva, o portal Santa Tereza Tem perguntou ao secretário se poderá ocorrer a mudança da sede do Museu da Imagem e do Som (MIS) para o prédio do MIS Cine Santa Tereza, anunciada em maio pela prefeitura, para que a casa que abriga atualmente o museu fosse cedida à Associação Municipal de Assistência Social (AMAS). Tal possibilidade gerou grande mobilização contrária de servidores municipais da cultura e de profissionais dos setores de audiovisual e museologia, que organizaram carta aberta, abaixo-assinado, audiência pública e ações culturais para chamar atenção da população aos riscos para a preservação e a difusão do acervo, assim como a limitação de espaço para as atividades do museu e do cinema. Juca Ferreira respondeu que outros encaminhamentos estão sendo dados a essa questão, negando portanto a transferência das atividades e do acervo do Museu da Imagem e do Som para o espaço multiuso do Cine Santa Tereza.

Outra questão abordada pelo Santa Tereza Tem foi a destinação do Mercado de Santa Tereza, espaço público desativado desde 2007 que se tornou equipamento cultural gerido pela Fundação Municipal de Cultura no início de 2016. Na mesma época, foi criada uma Comissão, formada por representantes do poder público e da sociedade, para debater de forma paritária a ocupação do Mercado de Santa Tereza. Mas, de acordo com integrantes do movimento Mercado Vivo + Verde, as reuniões da Comissão que eram realizadas mensalmente deixaram de ocorrer desde março deste ano, em decorrência da saída do presidente anterior da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas de Oliveira. Atualmente, para atender o desafio dado pelo prefeito Alexandre Kalil, em reunião que ele recebeu o coletivo, em janeiro, o movimento formado por integrantes do movimento Salve Santa Tereza, Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, Movimento Mineiro de Circo, Rede Terra Viva e outros grupos está desenvolvendo estudo e elaboração de um plano de viabilidade para a implantação do projeto comunitário Mercado Vivo + Verde no Mercado Distrital, com o apoio de consultoria técnica contratada pelo Sebrae-MG.

Evento Mercado Vivo + Verde realizado na área externa do Mercado, no ano passado

Perguntado sobre a questão, Juca Ferreira respondeu que considera o Mercado de Santa Tereza um espaço com enorme potencial, mas que demanda grande aporte financeiro para seu funcionamento e isso exige a participação de vários atores e instituições. Ele informou que o equipamento não está mais sob a gestão da Fundação Municipal de Cultura. “Embora a mudança não tenha sido ainda oficializada, na prática o Mercado já está sendo estudado e gerido pela Secretaria de Desenvolvimento do município, desde o início deste ano. A transferência ocorreu porque quando tomou conhecimento do projeto defendido pela comunidade (Mercado Vivo + Verde) a atual prefeitura entendeu que o equipamento tem forte viés econômico e reúne potencialidades além das artístico-culturais, que são a agricultura familiar, serviços e formação educativa, entre outras. Por ser a cultura um dos pilares da proposta, a FMC continua participando da discussão de reabertura, mas para que o espaço tenha mais autonomia em todas as suas possibilidades, está agora sendo coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento. Recomendo que o coletivo se aproxime e estabeleça diálogo com essa secretaria, para que o projeto do Mercado seja colocado em prática o quanto antes”, disse Juca Ferreira.

Procurado, o Movimento Salve Santa Tereza disse desconhecer a desvinculação do Mercado da FMC e emitiu a seguinte nota: “Consideramos arbitrária a resolução já que foi feita sem a participação dos coletivos envolvidos com a reabertura do Mercado e que este tipo de ação coaduna com a postura da gestão anterior, que é a de afastar a comunidade das decisões. Processos importantes para a reabertura do Mercado estavam sendo encaminhados e tememos que, agora, os processos sejam desconsiderados. Consideramos ainda, que é urgente a necessidade de que o secretário de desenvolvimento se manifeste oficialmente sobre o assunto e que retome os trabalhos conjuntamente com o coletivo Mercado Vivo + Verde”.

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