Dona Isabel Casimiro das Dores Gasparino, Rainha Conga de Minas Gerais, era forte referência da Cultura do Congado no estado. Moradora do bairro Concórdia, em Belo Horizonte, era presidente da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, função que assumiu em 1984, dando seguimento à tradição matriarcal de sua família.
“Dona Isabel se tornou princesa aos cinco anos de idade e com a morte da mãe foi quem sucedeu o trono. Da mesma forma Maria Casemiro das Dores, sua mãe, herdou a coroa da avó, em Betim, e em 1944 fundou a Guarda 13 de Maio”, conta Júnia Bertolino, jornalista e coreógrafa da Cia. Baobá Minas de dança e artes cênicas, que em 2008 entrevistou a rainha conga para uma reportagem que compôs a revista “Angoleiro é o que eu sou”, nº 3, produzida pela Associação Cultural Eu Sou Angoleiro.
Dona Isabel era admirada pela simplicidade e alegria em que recebia todos que visitavam e participavam dos festejos da Guarda. “Nos últimos anos, a comunidade organizou festas e shows para ajudar a realizar a tradicional festa do dia 13 de maio, o que provocou uma efervescência cultural, com muita gente de fora chegando. E Dona Isabel estava lá, sempre carismática e acolhedora. A cidade perde um grande exemplo de vida, mas o céu ganha mais uma estrela”, completa Júnia.
Reconhecimento
Em 2014, Dona Isabel foi reconhecida pelo prêmio “Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte”, da Fundação Municipal de Cultura, que valoriza a atuação dos mestres e mestras da cultura popular, responsáveis pela transmissão e perpetuação de tradições que compõem o patrimônio cultural imaterial da capital mineira.
O velório de Dona Isabel será realizado hoje, dia 2 de junho, a partir das 15h, na Rua Jataí nº 1309, no Bairro Concórdia, em BH. O enterro será na quarta-feira, 3 de junho, às 13h, no Cemitério da Saudade (Rua Cometá – 585, bairro Saudade).
