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O Mineirão é nosso

O Mineirão é nosso, uma história de Tião Martins

Por Rafael Campos
Publicada em 15/05/2014

Tião Martins,  72 anos, morador de Santa Tereza, é um daqueles jornalistas cujo talento e experiência são inspirações para a moçada mais nova. O faro para uma boa pauta continua aguçado e a habilidade com a escrita dispensa comentários. Nada como um profissional dessa safra para contar a história do principal palco do futebol mineiro. Neste sábado, às 11h, Tião Martins lança o livro “Mineirão”, o 25º título da série “BH. A Cidade de Cada Um”. O lançamento será  na Status Café Cultura e Arte, que fica na Rua Pernambuco, 1150, Savassi. “O Mineirão é a casa do povo, o palácio do povo”, afirma.

O jornalista explica que o trabalho completo de confecção da obra levou mais ou menos 14 meses. Um dos grandes motivadores da empreitada foi uma reportagem que fizera junto com outros jornalistas, no período da ditadura, entre eles, o escritor e jornalista, Roberto Drummond.

Na época, Martins lembra que passou 14 horas no Mineirão, colhendo histórias e personagens interessantes. Foi aí que notara que o estádio, além de concentrar a grande paixão dos mineiros, o futebol, era também uma espécie de caldeirão sócio cultural. “O comportamento da cidade mudou muito com o surgimento do estádio. As meninas de classe mais alta, por exemplo, aprendiam coisas que jamais aprenderiam em casa, como os palavrões”, conta, aos risos.

Tião Martins relembra que, a construção do estádio foi um grande acontecimento para a cidade. Da noite para o dia, um lugar brotaria do chão da Pampulha para abrigar cerca de 100 mil pessoas, já na inauguração. “Os políticos ficaram encantados e ao mesmo tempo preocupados, pensando no que isso significaria para o futuro.O futebol aglutinando tantas pessoas. Imagina se elas se voltassem contra o governo, da mesma maneira que se mobilizavam em torno do futebol no recém-inaugurado estádio?,

Até a fama do mineiro de ser bem comportado sofreu certo solavanco com a construção do Mineirão. Foi o que mostrou uma pesquisa, segundo o jornalista. “Às quintas-feiras, alguns maridos saíam de casa dizendo às mulheres que estavam indo ao Mineirão, mas na verdade o destino era os motéis na região da Pampulha”, diz. A obra mostra ainda como foi o que ele chama de “drama” para o conhecido Gigante da Pampulha ser erguido.

É muita história para contar, por isso, vale a pena conferir a obra.

Tião e Santê

Há 16 anos morando em Santa Tereza, Tião reconhece que a relação que os moradores têm com o bairro é diferente do que acontece com outros lugares de BH. Pai de quatro filhos, Pedro, de 42, Paulo, de 37, João, de 33, e Ananda, de 28, a última morando nos Estados Unidos, o jornalista revela que os filhos são apaixonados pelo bairro. “Aqui tem uma coisa especial, além da história”, diz o jornalista autor de vários livros, a maioria deles, infanto-juvenis, além de biografias.

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