Diego Bagagal, jovem talento de Santé, nos palcos - Santa Tereza Tem
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Diego Bagagal, jovem talento de Santé, nos palcos

Rafael Campos

Apesar dos 30 anos, o ator, diretor e dramaturgo, Diego Bagagal mostra experiência e talento de veterano.  Morador do bairro, faz parte de uma família de imigrantes portugueses, que aportou em Santa Tereza no início do século, de sobrenome Portugal.

 Seu nome registrado em cartório, Diego Braga Portugal, tem uma história curiosa ao se transformar em Bagagal: “Quando criança, não conseguia falar meu nome. E sempre saía, ‘Diego Bagagal’. Resolvi voltar com isso”, revela. “Temos que oferecer às pessoas outro tipo de sensação que a gente só tem quando somos criança”.

Diego Bagagal

Para quem ainda não o conhece e ao seu trabalho, um ótimo pretexto é conferir, a partir desta quinta-feira, dia 26, a estreia de: “Em Louvor à Vergonha”, sobre Oscar Wilde. A montagem fica em cartaz na Funarte, Galpão 03, no bairro Floresta, até o dia 29.

Seu currículo impressiona. Já dirigiu as peças “Pop Love”, “BATA-ME! (Popwitch)” e “Lilimão”, todas aplaudidas por público e crítica. Além do Brasil, já realizou apresentações na Europa e Estados Unidos. No Galpão, um dos principais grupos teatrais do país, chegou a dirigir o oficinão da trupe.

História com o teatro

Mas sua história com os palcos começou na dança. Enquanto fazia o curso de comunicação na Newton Paiva, Bagagal participou de um sarau organizado por uma de suas professoras. “Montei um evento que unia banda, dança e teatro”, diz. O evento fez tanto sucesso que acabou sendo agraciado com uma bolsa para participar do Primeiro Ato Centro de Dança e passou a se dedicar ao gênero.

Até que durante o Festival Internacional de Teatro, ele viu o Teatro da Vertigem, com a trilogia bíblica e percebeu que o teatro poderia alcançar lugares que lhe interessavam mais que a dança. . Depois de dois anos na dança, Bagagal seguiu o teatro, no Teatro Universitário da UFMG.

Diego na peça Cleópatra

O jovem ator estudou no SESC e no projeto Arena da Cultura da Fundação Municipal de Cultura. Mas foi o Galpão Cine Horto, o divisor de águas de sua carreira. Lá, ao dirigir o oficinão, aprendeu e transmitir aos colegas o conhecimento que obtivera. “Ninguém havia dirigido o oficinão com menos de quarenta anos e eu tinha 27”, afirma. Foi um desafio, pois precisava provar aos outros e a si que tinha talento para a empreitada. Foi o início de um casamento perfeito com um dos principais grupos teatrais do país.

Em 2011, Bagagal foi chamado para ser assistente de direção de Jurij Alschitz, no espetáculo Eclipse. No ano seguinte, atuou na mesma função com a atriz do Galpão, Inês Peixoto, durante a preparação da minissérie global Suburbia, de Luís Fernando Carvalho.

Diego Bagagal na peça Em louvor à vergonha

Neste seu último trabalho, “Em Louvor à Vergonha”, sobre Oscar Wilde, Bagagal encarna o escritor irlandês. A ideia surgiu em 2009, quando também começou um grande trabalho de pesquisa sobre a vida e obra do autor do famoso livro “O Retrato de Dorian Gray”. “Ele tem um impulso que vai até as vias de fato, desde que tenha como pano de fundo o amor”, afirma. Na peça, o escritor está em completo delírio durante sua última hora de vida. Sobre o palco, passagens marcantes de sua polêmica trajetória, “do sucesso literário ao trágico julgamento midiático”. 

Fotos: Rafael Campos e divulgação

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