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Escritor Pedro Muriel fala de seu livro e histórias

Escritor Pedro Muriel fala de seu livro e suas histórias no Sempre um Papo

Pedro Muriel Bertolini é, além de um jovem escritor, uma figura incrível, que apesar de todas as barreiras criadas por uma rara doença progressiva, com a qual convive desde a adolescência, não perde a luta pela vida. É o típico brasileiro que não desiste nunca e os desafios são como um combustível que o impulsiona mais.  Quando a gente acha que ele foi, já está voltando e nos contagia com seu bom humor.

Pedro com sua “cadeira voadora” na Patagônia

Com essa teimosia, em uma cadeira de rodas, a “cadeira voadora”, ele formou-se em Relações Internacionais, andou de barco (com respiradouro e tudo), lançou seu primeiro livro, faz palestras, luta pelo direito à acessibilidade e inclusão, viajou pela Europa e sua última aventura foi enfrentar a neve na Patagônia.

No Sempre Um Papo ele vai falar sobre seu primeiro livro, “Proesia” e nos conta  de sua alegria em participar do evento. “Há tempos acompanho as palestras do Sempre Um Papo e as mais marcantes foram as de Leonardo Boff e do navegador Amir Klink. Como nunca me imaginei estar no Sempre Um Papo, como palestrante, acho que será uma experiência espetacular com a literatura”.

Pedro e a literatura

A escrita chegou a sua vida de  forma natural, por meio de seu amor pela leitura. O autor comenta que “as impossibilidades físicas fizeram com que os livros se tornasem um caminho pra eu ser livre, alcançar as outras pessoas e outros lugares. Assim, me apaixonando pela leitura, fiquei com vontade de escrever, de contar o que eu via, como era o mundo a partir de mim”.

Pedro Muriel no FliAraxá 17

As influências, segundo ele são muitas: Pablo Neruda, Guimarães Rosa, Carlos Drummond Andrade, Adélia Prado, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiróz, Matilde Campilho, Ana Cristina César, Gabriel Garcia Marques. Na vida real, ele cita “a influência dos amigos. Eu aprendo muito com todas as pessoas”.

Uma de suas grandes emoções foi estar no evento literário FliAraxá/17, quando, cruzou, segundo ele, o território do sonho para a realidade. “Foi ótimo e também assustador. De uma hora pra outra eu estava com o escritor moçambicano, Mia Couto, que amo. Conversar com ele, debaixo de uma árvore, por 20 minutos, foi transformador. Assim como com Leila Ferreira, Afonso Borges, Pedro Cardoso, Ana Maria Gonçalves, Chico Mendonça. Foi talvez o maior aprendizado nessa minha curta carreira de escritor”.

Proesia

O livro Proesia, lançado em 2017, nasceu da sua vontade de juntar três coisas que ele ama e deixa perto de sua vida: poesia, prosa e fazer proezas. “Escrever pra mim é uma maneira de renascer, eliminar o que não é bom e trazer mais pra perto tudo que amo. Este livro tem a ver com a poesia, que é o que mais gosto de ler; a prosa, que encaro como uma conversa e a prosa poética, uma conversa com poesia. Um outro elemento, escrito com z, entra nessa conversa, que é a proeza. Sou um homem que adoro fazer uma proeza. Quando  as pessoas acham que estou parado, pego minha cadeira e vou cruzar a Patagônia de ônibus, por exemplo. Coisas que as pessoas não esperam e que eu amo fazer, me dão a sensação de estar vivo”.

Os temas do livro são variáveis, nele, o autor conta que “falo de viagens, churros,  muitas coisas fazem sentido, outras mais passionais tem a ver com o coração, basicamente do que a gente tem de melhor que é a convivência com as pessoas”.

Sua expectativa é de lançar outros livros, pois material não falta. Ele pretende escrever um livro no formato de crônicas sobre suas viagens e, poesia, tem o  suficiente para umas três publicações.

Mas ele já vislumbra um estímulo de luta. “Espero encontrar uma editora que distribua os livros pelo Brasil todo. Vencer a dificuldade da distribuição é a partir de agora, mais um desafio a ser transposto”.

Acessibilidade
Pedro, que já passou por diversos problemas do ir e vir, inclusive com uma companhia aérea, que não deixou que ele embarcasse, é um ativista na luta pela acessibilidade e inclusão dos deficientes. Sobre essa questão ele observa que “é complexo porque existem na cidade ilhas de acessibilidade, em uns lugares mais, em outros menos. É um fato comum nas capitais brasileiras”.

Uma das maiores dificuldades pelas quais um cadeirante passa em Belo Horizonte  é o deslocamento por ônibus. “Antes de se preocupar, se aonde quer ir, é acessível ou não, a pessoa tem de pensar primeiro em como vai chegar lá. Os ônibus não estão devidamente equipados. Um elevador tem de dar segurança e autonomia. Na questão da segurança não cabe uma cadeira grande motorizada e se preciso de outra pessoa para operar o equipamento, que autonomia é essa”? Segundo Pedro, “plataforma elevatória dos ônibus, não é elevador, é gambiarra. O ideal é piso baixo e rampa, para o elevador realmente resolver o problema de quem precisa dele”.

E Pedro convida: “leitores, espero que todos saiam para encontrar a poesia, que atravessa o sonho e abraça as alegrias reais! Que a gente encante- se”.

Serviço
Sempre Um Papo convida Pedro Muriel Bertolini
Data: 27 de fevereiro
Hora: 19h30
Local: Auditório da Cemig –
Entrada franca

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