O Espaço, situado à Rua Manaus, 348, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, o surgiu como uma ocupação de caráter cultural e artístico, com o objetivo principal de democratizar o acesso à cultura e descentralizar espaços de lazer na cidade.
O início foi em 2013, quando, de forma autônoma e voluntária, um grupo de artistas e ativistas ocuparam o casarão até então conhecido por ser construído como hospital militar. A edificação, construída em 1912 e tombada municipalmente em 1994 por seu valor histórico e arquitetônico, pertence ao Conjunto Arquitetônico da Praça Floriano Peixoto, tombado pelo IEPHA-MG, e estava abandonada há 19 anos.
No anseio de renovar os ares de um antigo espaço público abandonado e em ruínas, fruto das políticas de apagamento do Estado, o grupo de artistas e ativistas ocupou o casarão em 26 de outubro de 2013. Durante estes anos, o coletivo desafiou padrões de funcionamento e organização, tornando-se referência nacional de espaço autogestionado.
Ao completar 10 anos de existência e resistência, o coletivo que experimenta esta autogestão no espaço se organiza atualmente em oito Núcleos de Pesquisa e Ação, de maneira voluntária e orgânica, a partir de suas vontades e interesses. Um encontro de aproximadamente 90 pessoas, flutuantes, voluntárias, pesquisadoras e curiosas, onde cada um escolhe como e quando atuar, como contribuir, e como usufruir desse espaço. Um lugar potente para o fazer e o pensar sobre a arte, a cultura e a educação.
Em 2022 foi reconhecido com Museu de Território e referência como Centro Cultural, a ocupação cria e movimenta seu espaço museográfico no presente, ao passo que explora entre as trincas e pequenos detalhes uma história que urge ser contada, numa espécie de acervo em construção contínua.
O Estrela é um lugar de memória, que reflete e pertence à comunidade que o rodeia, frequenta e o faz acontecer. Muitos artistas, estudantes, pesquisadores e ativistas já foram acolhidos com suas atividades por lá. Um dos espaços mais acessíveis de BH para realização de eventos e atividades culturais diversas.
A programação anual do Espaço possui atividades recorrentes com o propósito de que a comunidade se encontre, colabore e conviva juntos:
Festival de Inverno, Festival de Primavera, BloComum no carnaval, Visitas Guiadas para escolas públicas, oficinas diversas, rodas de conversa, exibição de filmes independentes, feiras, produção e facilitação de eventos externos, festas e apresentações artísticas. Realiza assembleias gerais mensais, reuniões do Conselho Comum, mutirões de limpeza e manutenção semestrais, Imersão Estelar anual e administração do espaço.
Qualquer pessoa interessada em colaborar pode fazer parte dessa história.
Para conhecer mais sobre o trabalho de cada núcleo acesse: https://docs.google.com/document/d/1NsRHtYRSFv9BbxyiTHabxm1TDZRNaH0uVzvU5M3Stu8/edit.
Para celebrar esses 10 Anos de história, o coletivo lança, de agosto a outubro de 2023, uma programação com várias atividades comemorativas. Como tudo no Estrela, essa programação construída por muitas mãos, segue aberta para que pessoas possam propor atividades e viver experiências. Confira:
Relançamento da Campanha de Financiamento Coletivo aconteceu no, no dia 26 de agosto. Esta Campanha de apoio ao Espaço Comum Luiz Estrela é realizada por meio da plataforma Evoé, e tem como objetivo financiar o tradicional Festival de Primavera, este ano com a Edição Comemorativa de 10 anos Estelares, garantir o pagamento das despesas básicas de manutenção (que inclui internet, água, luz, contador e um receptivo que abre as portas da Casarona de terça a sábado realizando visitas guiadas), e manter um fundo de reserva para as obras de restauração.
Qualquer pessoa que tenha interesse em contribuir com a cultura e com a classe artística de Belo Horizonte pode apoiar esse movimento com valores a partir de 10 reais. Saiba mais no site https://evoe.cc/luiz-estrela.
Ao se tornar um apoiador da campanha, além de contribuir para a manutenção do espaço, a pessoa se torna parte dele e será um convidado especial durante todo o Festival em outubro, com benefícios especiais e concorrendo a prêmios.
Vale destacar que, no dia 12 de agosto, aconteceu o lançamento de uma edição especial da Loja Comum, sob direção de criação da artista e educadora Silvia Herval, com produtos como camisetas, bonés, copos, bolsas, cartões postais e adesivos. A arte gráfica dessa edição foi construída colaborativamente, com destaque para os artistas visuais Lucas Matoso, Kenny Mendes, Alexandre Fonseca, Julia Bernardes e Mari Angelis. Tudo com muito estilo e personalidade, pode ser conferido nas mídias sociais do Estrela e o coletivo aceita encomendas.
Desde 2014, sempre no segundo sábado do mês, acontece a Feira Estelar, na Casarona do Espaço Comum Luiz Estrela. Idealizada e construída de forma coletiva por colaboradores do espaço, é autogestionada pelos próprios feirantes, de forma aberta e horizontal. A Feirinha, (como é carinhosamente chamada) é um espaço de responsabilidade social e financeira. Participam dela pequenos produtores e artesãos variados e sempre há atividades culturais e formativas, oferecidas de forma gratuita para a sociedade em geral. No dia 9 de setembro acontecerá a próxima edição da feira.
O Núcleo Audiovisual toca o cineclube Cine Estrela, promovendo sessões abertas ao público e também em parceria com escolas públicas da cidade. Com objetivo de divulgar a programação de cinema gratuita de BH foi criado o site www.cinemagratisbh.com.br e um grupo de transmissão para receber informações das sessões: https://chat.whatsapp.com/GInpueX6URRGh3bAloTEbR. Essa iniciativa foi contemplada no Edital BH nas Telas 2020, do Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte.
De 23 de setembro a 26 de outubro, acontece o famoso Festival de Primavera do Espaço Comum Luiz Estrela. Este ano as atividades ocorrem sempre aos sábados e domingos. A programação comemorativa está sendo construída e, em breve, haverá mais detalhes para divulgação, basta acompanhar o Estrela no instagram @espacoluizestrela. Já podemos adiantar a participação dos núcleos que compõem o coletivo com: exposição do projeto “Olhos da Rua”, do Restauro e Memória; instalação “Aconchegar Memórias”, da Artista Ângela Leão; performance “convívio .
ato-convite”, de Sarah Coeli e Thalita Amorim; lançamento dos zines Caderno de Processos, da Escola Comum e Biscoito Escrito com a Cozinha Comum; e produção de mudas de mogno com a Permacultura. Em breve acontecerá uma convocatória para a comunidade e a cidade proporem suas atividades somando na programação.