Por Marina Morgan
Que Santa Tereza respira e inspira arte, todo mundo sabe, e, talvez por isso mesmo, são muitos os artistas das diversas áreas que escolheram vir aqui morar, como o músico e artesão Rae Medrado, que vive no bairro há mais de 10 anos.
Como a arte não tem limites, o artista Era Medrado, músico e compositor, durante a pandemia, descobriu uma forma de enfrentar o período de isolamento: construir luminárias a partir da sucata. Assim, em 2020, tornou-se também artesão e diga- se bem criativo. Em seu ateliê, na garagem de sua casa, repleta de material, que ele ganha ou recolhe em suas andanças pelo bairro, Rae produz abajures originais e nenhum é igual ao outro.
Repleto de materiais a serem trabalhados e abajures já prontos, o lugar combina com o multiartista. É nessa oficina, cuja porta dá direto no passeio e está sempre aberta que ele trabalha e ao mesmo tempo observa o agito da Rua Salinas, uma das mais movimentadas do bairro.
E foi em meio ao barulho das buzinas e dos carros, que ele me contou a história sobre as luminárias, enquanto fazia os preparativos para ir ao Rio de Janeiro, comercializar suas obras.
Rae explicou que “durante o isolamento da pandemia da Covid-19, com meu trabalho de músico fiquei sem minha principal fonte de renda. Tive de me reinventar”. Sua veia artística logo lhe mostrou o caminho: começou a garimpar peças e construir as luminárias. Então, os utensílios de cozinha que estavam encostados, faróis de fusca, pedaços de flauta transversal, jarros de barro quebrados do Jequitinhonha, em lugar de ir para o lixo, começaram a se transformar em abajures.
Entretanto, ele comenta que a habilidade artística era insuficiente para fazer o trabalho completo. “Eu conseguia criar a parte “de fora”, mas precisei estudar e aprender a lidar com a com a parte elétrica. Eu não sabia que sabia que poderia mexer com isso, até tentar”.