Claudio Costa Val lança o livro De amores, heróis, segredos e monstros em Santa Tereza, dia 11 de agosto, 18h, no quintal da Dona Olímpia Brechó, onde também vai apresentar um show musical e ainda tem os Petiscos & Drinks da Paula Bizzotto.
Escritor, cineasta, músico, diretor da Escola Livre de Cinema e em Santa Tereza há 19 anos (isso é um dado importante), Cláudio Costa Val está no seu quarto livro, sendo este o primeiro de contos, viabilizado pelo edital de Publicações Literárias da Lei Aldir Blanc/MG, 2020.
Cláudio comenta que o novo livro “transita entre o drama, o suspense e o humor. A partir de abordagem crítica, descortino a nossa mutante tragicomédia cotidiana. Ao todo, são quinze contos, que narram histórias que emocionam e divertem. Os enredos garantem impressões particulares, revelando panoramas (in)diretos e/ou oblíquos sobre nós mesmos e os outros. Metade das protagonistas são femininas; a outra metade, masculinas. Há de tudo e de todos, traçando um panorama social instigante e atual. Escrevi o livro em um mês, motivado pelo edital LAB”.
O processo de criação, o autor explica que que “ meu trabalho como letrista, roteirista e escritor, além da minha percepção cotidiana, têm me ensinado que, se cada um de nós contássemos as nossas histórias, nossas visões de mundo, vontades e temores mais íntimos, teríamos muitos amores, heróis, segredos e monstros revelados”.
Bom de prosa, inquieto e multiartista e criador, é difícil falar sobre ele em poucas palavras. Na conversa com o Santa Tereza Tem ficamos sabendo que exerce uma uma gama de atividades, mas não entendi como consegue fazer tudo ao mesmo tempo. Acho que não sobra tempo pra dormir.
E ele explica que “Uma coisa complementa a outra, é isso. Vivo para a música, o cinema, a literatura e o teatro, embora não esteja exercendo o meu ofício teatral faz alguns anos. Não me sobra tempo. Mas já “ensaio” um retorno teatral. Não consigo existir sem estes ofícios”.
“Durante esse tempo e atividades, a escrita sempre me acompanhou, como letrista, roteirista e dramaturgo. Ah, lembrei-me de outra coisa: na minha primeira faculdade, de Administração de Empresas, escrevia crônicas para o jornalzinho da instituição. Depois, no primeiro semestre em que cursava Jornalismo, ganhei o concurso público do jornal Estado de Minas, para escolha do Cronista da noite. Era uma coluna diária. E pela primeira vez, comecei a escrever profissionalmente. Minha mãe era escritora, certamente fui influenciado por ela. Hoje escrevo mensalmente para o jornal Santa Tereza Notícias e outros periódicos”, conta ele.
Cláudio publicou quatro livros. Além do atual, “Luz, câmera, ação! – Crônicas a 24quadros por segundo” (Editora Biblioteca24horas, São Paulo, 2012), “Horla – a série” (Emil Editora, Belo Horizonte, 2016) e o romance “De regresso” – livro finalista do Prêmio Literatura de Belo Horizonte (Páginas Editora, Belo Horizonte, 2019). Também já participou de algumas coletâneas de autores nacionais, publicadas em Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Cláudio, que é bastante alto, teve como primeiro sonho ser jogador de vôlei e foi atleta por um bom tempo no Minas Tênis Clube. Mas esta carreira acabou, quando ele conheceu rock n’ roll. “Comecei a estudar violão com 16 anos e, aos 17, já era guitarrista de uma banda. Daí todo o resto foi consequência. Casei-me aos 22, tive o meu primeiro filho com 23 anos e vivi tocando na noite durante alguns anos. Vida dura, com pouca grana e pouco sono… passei por mais de 20 bandas, sem nenhum exagero. E bandas boas! Gravei alguns CDs, sobretudo com a banda Mariachi sin Tequila”, relembra.
Hoje, com 52 anos, aos 25 anos, Cláudio entrou no Teatro Universitário da UFMG, sem nunca ter feito uma única aula de teatro na vida. “ Formei-me como ator, participei de várias peças de teatro, como ator, autor e diretor. Comecei a interessar pelo audiovisual. E ganhei uma bolsa integral de estudos da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para estudar Televisão na Espanha. Quando voltei, virei professor (de cinema e de teatro, porque, aos 24 anos, eu dava aulas particulares de contrabaixo). Pouco tempo depois, fundei a Escola Livre de Cinema e ingressei via concurso na Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes, ministrando aulas no Curso Profissionalizante de Teatro.
Cláudio atualmente faz mestrado em Literatura na Universidade de Évora, Portugal, de onde chegou recentemente. Lá ele aproveitou pra mostrar sua arte. “Digamos que o mestrado foi uma boa estratégia para tentar legalmente a vida lá. Com o visto de estudante D4, consegui a minha documentação. Fiz show solo em bar e em uma casa de show em Évora, lancei o meu CD novo, que será lançado em BH, em setembro no Sesc Palladium), e fiz muitas apresentações na rua e dava uma grana. Viajei para alguns lugares com dinheiro que ganhei tocando na rua. Achei maravilhoso isso; foram momentos, quase sempre, alegres e positivos”, conta ele.
Como bom mineiro, não perdeu tempo e nem trem, também apresentou em sessão comentada um filme de longa-metragem por ele dirigido, na cidade de Évora, onde também participou de uma Feira de livro.
Pra completar a renda, ele conta as suas peripécias, como sempre rindo de suas loucuras sadias: “fiz correção de trabalhos de mestrado, ganhando um soldo interessante. Fui contratado para gravar o show de uma banda que faz versões de músicas do Queen, gravei um videoclipe na ilha de São Miguel, no arquipélago do Açores e um documentário em Huelva, na Andaluzia (Espanha). Como nem tudo são flores, a atividade que mais me rendeu dinheiro e, portanto, que bancou as minhas despesas de moradia, foi trabalhando com montagem de tendas e palcos para eventos. Trabalho pesadíssimo! Isso me fez conhecer várias localidades do Alentejo. Dirigi caminhão, me acidentei duas vezes (nada de grave) e vi centenas de cegonhas construindo os seus ninhos nos postes de luz das zonas rurais”.
Pelo visto valeu a pena!
Serviço
Lançamento do Livro e show musical com Cláudio Costa Val
Local: Rua Divinópolis, 445 – A
Hora: A partir das 18h
Entrada franca
