Ateliês de Santê: As mandalas da Julie Schiess - Santa Tereza Tem
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Ateliês de Santê: As mandalas da Julie Schiess

Ateliês de Santê: As mandalas Julie Schiess, feitas com a técnica do pontilhismo, formam um belo jogo de cores

Por Isa Patto

De pontinho em pontinho surgem imagens fascinantes, usando apenas tintas. Julie Schiess Ramos faz em sua casa/ateliê, em Santa Tereza, maravilhosas mandalas e outros objetos de encher os olhos e a gente querer ter todos.

Julie antes de se dedicar às mandalas, era vendedora de seguros. Hoje domina a técnica em pontilhismo, que é como se bordasse com tintas, em lugar de linhas e agulhas. Esta é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador.  

Virada na pandemia

Tudo começou com a pandemia, no início de 2021, quando Julie precisou trabalhar em casa devido ao lockdow. Segundo ela, em home office o horário era flexível, mas devido ao tipo de serviço, venda de seguros, necessitava ficar com o notebook ligado, e apesar de atenta as ligações dos clientes, sobrava um tempinho. “É diferente de trabalhar no escritório com horário fixo a cumprir. Em casa, sempre tem um tempo ocioso e pensei em fazer algo paralelo. Como gosto de artesanato e pintura, sempre há tinta e pincel em casa. Então comecei a pesquisar vária coisas na internet”.

Em uma dessas pesquisas Julie conheceu as mandalas em pontilhismo. “Vi aquilo e achei lindo. Sabe quando seu olho brilha? Apaixonei com a técnica e principalmente com as mandalas. Nunca tinha visto ou feito algo assim. Assisti vídeo-aulas no youtube sobre esta técnica, comecei a experimentar, e não parei mais”.

Julie lembra que no início não tinha as ferramentas apropriadas e então usava o cabo do pincel, a tampa de uma canetinha ou um palitinho para pintar. “Minha primeira tentativa foi em um papel mesmo, quando peguei um palitinho de dente e comecei a experimentar. Achei demais, vi que dava para fazer uma variedade de coisas”, comenta a artista.

Ela vem se aperfeiçoando e experimentando novos suportes, como o CD, por exemplo. Apaixonada pelo trabalho não vende e nem dá sua primeira mandala, que considera o seu “click” de criação com a técnica do pontilhismo. “Quando finalizei pensei: agora ficou bom.  A gente começa meio sem noção, mas, a partir dessa primeira mandala, senti a intuição, como um sinal. Então, no início de 2021, já mais segura, percebi que podia fazer para vender, transformar em negócio”, lembrou.

Ainda trabalhando com seguro, Julie fez 12 incensários e postou no grupo de mães da escola do filho. “Todo mundo pirou, as mães ficaram encantadas. Vendi todos e ainda tive encomendas. Fiquei muito feliz e posso dizer que esse foi o começo da @artezenmandalas. Deixei o seguro e me dedico apenas às mandalas, que, além de ser atualmente minha renda, é minha realização pessoal, eu amo demais fazê-las”, comenta satisfeita com a opção.

Julie produz mandalas de parede e pendentes (simples, duplo ou triplo), pendentes de porta, colar, incensários, móbiles, chaveiro, ímã de geladeira e caixinhas de mdf. Ela conta que 90% de suas vendas vêm do Instagram. “Ainda estou engatinhando, tenho muito para aprender e testar, inclusive mandalas maiores, que demoram mais. Esse trabalho é um exercício de paciência, me acalma e consigo controlar minha ansiedade”, concluiu.

Santa Tereza na vida da artista

Os avós e pais de Julie sempre viveram no bairro, onde ela nasceu, cresceu e vive até hoje. Até aos quatro anos morou na Rua Tenente Vitorino, até oito anos na Anhanguera e depois se mudou para Hermilo Alves, onde morou até se casar.

 “Sempre estive por aqui, cheguei a morar por dois anos em Porto Seguro, mas voltei. Meu ex-marido também é nascido, criado e mora no bairro. Meu filho Arthur, de 08 anos, estuda aqui, minha mãe e meus familiares também vivem em Santa Tereza, ou seja, o bairro é minha vida. Minha infância era brincando na rua, andando de biciclenta no estacionamento do Mercado junto com meu pai, quando adolescente frequentava os bares, o cine show da praça, o Bolão, enfim, é um lugar que amo e sempre amei”.

Para Julie algumas coisas mudaram muito, como o aumento da população e a verticalização com prédios sendo erguidos onde eram casas. “Duas casas em que eu morei, em criança, se transformaram em prédios. Não havia tanto carro e gente, mas uma coisa boa foi a revitalização da Praça Duque de Caxias e hoje em dia meu filho brinca muito lá”.

Ela, mesmo com tanta mudança, observa que o bairro mantém essa característica interiorana, pois muita gente ainda fica na rua, conversa, se encontra na calçada, padaria ou mercearia, como em uma cidade do interior.

Para quem quiser conhecer ou comprar o trabalho da Julie é só entra em contato pelo Instagram @artezenmandalas ou pelo Whatzapp (31) 992977111

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