Há pessoas que têm paixão por gato, cachorro, cavalo, jardins, marcenaria e tem gente que a paixão é o fusca. E em Santa Tereza e em outras regiões da cidade, há aqueles aficionados pelo carro criado pela companhia alemã VOLKSWAGEM em 1938.
Assim é comum, quando caminhamos pelo bairro a gente trombar com um fusca, circulando ou estacionado. E todos eles sempre bem cuidados e preservados.
Um dos apaixonados pelo Fusca é o Wanderson Lima, que há 40 anos mora no bairro, exibe um fusca 1980 , além de uma kombi, que adaptou como uma minicasa para viagens e já foi reportagem na TV Record. O seu xodó, o fusca 1980, já é o seu quarto. Sua garagem já abrigou exemplares de 1967, 76 e 81.
Wanderson é um multiprofissional. Artista plástico, chargista, pintor e desenhista. É professor de artes visuais em escolas da rede privada e do Estado e ainda por cima é músico, que quanto dá tempo toca nos bares de Santa Tereza.
A sua história de amor com fusca começou na infância, influenciado pelo seu tio Onofre Góes, um apaixonado pelos carros velhos. “Lembro da gente indo pra roça no chiqueirinho do fusca, aquele cheiro de palha do assento do carro misturado com o cheiro natural de gasolina que todo fusca tem. De empurrando carro na estrada, desembaçando vidro na chuva com paninho e tudo de ruim e ao mesmo tempo bom, que somente um carro velho pode lhe proporcionar, recorda Wanderson.
Assim, quando ele fez 18 anos e comprou um fusca 67 azul. Ele conta que “a primeira pessoa que viu o carro foi tio Onofre. Desde então vieram outros veículos, mas sempre um fusca na retaguarda. Entrar num fusca me traz boas recordações de um bom tempo e de boas pessoas que já se foram”.
A paixão em comum pelo em comum fez os fãs do carro a criar informalmente, formar um grupo de Amantes do Fusca, em Santa Tereza, que em tempos sem pandemia se encontravam para exibir seus amores.
Wanderson, um entusiasta dos encontros, conta que “o grupo não é fechado, mas, uma parte dos integrantes é daqui de Santa Tereza. Alguns são ex-colegas do EMPLO (Escola Municipal Prof. Lourenço Oliveira), outros tantos que apenas têm o fusca”.
Os encontros de fusqueiros atraem também grupos de diferentes bairros cidade. Então, era uma verdadeira festa, antes da Covid-19. “Infelizmente neste momento não podemos fazer os encontros, que em vários bairros reuniam os grupos The bugs, Clube do fusca, Clube Fuscas Barreiro, entre outros. A ideia é ampliar os círculos de amizade entre pessoas dividem uma mesma afinidade, o fusca”.
Segundo ele, em Santa Tereza, as confraternizações dos amantes de fuscas aconteciam, às terças, no Alto dos Piolhos, no Espetinho da Esquina, sem aglomeração e respeitando os protocolos. Mas agora, ele observa, “o jeito é aguardar todo este tormento acabar, encerando e lustrando as relíquias, até que a gente possa fazer um real encontro de fuscas no Santa Tereza. E ficar na recordação da época em que íamos e vinhámos carregados no chiqueirinho… empurrávamos…passeávamos e éramos felizes, dentro de um volkswagem”.