Em 1º de março, é celebrado o “Dia Mundial dos Catadores de Materiais Recicláveis”, um dia em que são lembrados esses seres, quase sempre invisíveis para a sociedade, mas que têm um papel importante para o meio ambiente e para a saúde coletiva.
A vida desses trabalhadores e trabalhadoras, que sem um emprego formal, é, para ganhar o pão de cada dia, recolher e puxar em seus carrinhos toneladas material reciclável retirados das ruas e dos locais inapropriados para o descarte do que não nos é mais útil.
Eles assim evitam que esse lixo vá para os bueiros, causando enchentes e alagamentos, além de trazer sobrevida aos aterros sanitários, poupando os recursos naturais. Reduzem a poluição ambiental do planeta ao recuperar milhares de toneladas de papelão, vidro, plástico, papel.
Pode parecer que não, mas a atividade exercida por eles é fundamental na gestão de dos resíduos sólidos, seja na coleta, na triagem e comercialização desse material.
Apesar da sua importância para a sociedade é um trabalho difícil, cheio de riscos e insegurança, estigmas, expostos ao preconceito, aos acidentes, à contaminação por vírus e bactérias e ao peso de seus carrinhos.
Trabalham faça sol ou chuva, calor ou frio, enfrentado ainda olhares preconceituosos e a falta de respeito por parte de alguns motoristas, correndo o risco de serem atropelados. Além disso, não têm nenhum direito social assegurado por parte do poder público e nem sempre são respeitados pela população.
Segundo estimativa do Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis há cerca de 800 mil catadores/catadoras em atividade no país, a maior parte dos catadores são do gênero feminino, cerca de 70% da categoria. Os catadores são responsáveis pela coleta de 90% de tudo que é reciclado hoje no Brasil. Podemos dizer que sem esses profissionais não haveria reciclagem no país.
É um dia para agradecer e valorizar o trabalho dessas pessoas, cujo trabalho é tão importante como qualquer outro para o bem-estar da cidade.
A data foi escolhida em memória do massacre na Colômbia, onde morreram brutalmente assassinados 11 catadores informais, em março de 1992, na Universidade Livre de Ottawa por funcionários da universidade.
Os catadores foram chamados para entrar no prédio para coletar os recicláveis. Uma vez dentro, eles foram espancados e mortos com a finalidade de vender seus corpos para pesquisa e tráfico de órgãos. Um sobrevivente, que fingiu estar morto, contou à polícia sobre o que tinha acontecido.