Esse trabalho do Santa Tereza Tem tem me proporcionado um grande prazer, que é de conversar com as pessoas e fazer amizades no bairro. Uma delas, é a família de seu Geraldo Fernandes Correa, de quem me tornei amiga e pela qual tenho um grande carinho.
E hoje, recebo a triste notícia de que meu amigo, seu Geraldo, não resistiu a essa doença infame, a covid. Desculpem o desabafo, mas estou muito angustiada e triste com sua partida.
Sempre na grade da casa amarela, na rua Mármore, , junto com seus três cachorrinhos, dali ele apreciava o movimento e conversava com um ou outro, sempre prestativo.
Quando eu passava por lá, tinha de parar para um dedin de prosa, me convidava para um café e me contava histórias de Santa Tereza. A gente falava da vida e sobre a Iada, seu grande amor, que está acamada há mais de ano. Contava sobre o seu sonho de um dia ver restaurada a casa onde nasceu e foi construída por seu pai, Luis Benedito Santos Correa, no início do século XX. Ele ficou muito triste, quando roubaram o antigo lustre da varanda e ainda tinha esperança de recuperá-lo.
Quando eu passava de carro parava e gritava oi, seu Geraldo. Ele me respondia com um sorriso debaixo daquele bigodão, sempre bem cuidado, e um aceno de mão.
Vou realmente sentir falta daquele sorriso, das conversas, dos causos e do aceno de mão. Vá na paz!
Força pra toda família!