Déa Nice de Sales, a dama, a rainha, da Confraria São Gonçalo, foi reinar em outras paragens, hoje, 05 de junho. Depois de lutar contra a doença, Déa resolveu que era hora de partir e encantou-se.
As noites de música e confraternização dos amigos da Confraria São Gonçalo, na Rua Norita, em Santa Tereza, não serão mais as mesmas. Ficam as lembranças de sua alegria, que mesmo doente, sem nada reclamar, sempre recebia os amigos na garagem de sua casa com um grande sorriso, junto de seu amado Lincoln.
Vaidosa estava sempre com as unhas feitas, cabelo pintado e arrumado, batom, brincos, anel, pulseira, tudo combinando; prontinha como se estivesse indo para uma festa importante. Mas para ela, aqueles encontros eram uma festa pra lá de significativa.
Na verdade, a Confraria surgiu há alguns anos, quando Déa foi submetida a uma cirurgia cardíaca e ficou internada por seis meses no CTI. Com seu amor pela vida ela decidiu que não era a hora ainda de partir. Ao voltar do hospital, anda convalescente, os amigos se reuniram para dar as boas-vindas e alegrá-la com muita música, do jeito que ela gostava.
Assim começou a confraria, baseada no restabelecimento da saúde de Déa. E desde aquele dia, toda segunda-feira, com sol ou chuva, havia reunião. Cada um levava uma bebida, uma comidinha, outros a viola, a sanfona, o pandeiro, e tudo era compartilhado.
Nos últimos tempos, com a doença se agravando, os diversos internamentos e com a pandemia as reuniões foram diminuindo e depois canceladas.
Sempre que me era possível, eu passava em sua casa para dar lhe um abraço, para um dedin de prosa, para ouvir palavras de ânimo e dar boas risadas, pois uma coisa, além da música, ela gostava de conversar, contar casos e rir de tudo.
Fica aqui o meu abraço para o amigo Lincoln e todos os companheiros e companheiras da Confraria São Gonçalo.
Obs: Devido à pandemia não haverá velório.
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