Texto:Marco Antonio Vale e fotos de Eliza Peixoto
Muitos moradores têm postado fotos de animais que estão aparecendo pelo bairro. São tucanos, micos estrela, beija-flores, além dos já abundantes pardais, rolinhas, maritacas, bem ti vis e outros.
Esse é um dos privilégios que nós, moradores do Santa Tereza, temos. Ver um beija flor na varanda, ver um cachorro latir atrás de uma rolinha, ver um gato – com aquela seriedade deles… – caçando lagartixas. Ver a revoada das maritacas, aqui e ali um bem ti vi ou um canarinho. É um privilégio dos santaterezenses, sem dúvida.
Ao mesmo tempo aparecem dúvidas. “O que fazer? – Dar comida, por exemplo, pode? – Pegar um desses bichinhos e ficar com eles, pode?” Então o Santa Tereza Tem procurou a opinião de um profissional da área para tirar dúvidas.
Assim, o biólogo e morador de Santa Tereza, André Roberto Melo Silva nos deu os esclarecimentos. O primeiro e mais importante é o que fazer. O biólogo André foi muito claro: “não devemos fazer nada, só admirar e fotografar. Eles conseguem comida e água por eles mesmos”. E continua: “aquela cultura antiga de capturar os bichos já acabou. O correto, hoje, é simplesmente admirá-los e deixá-los soltos para que possam alegrar a vista e a vida de outras pessoas”.
Segundo André a razão desses animais estarem aparecendo por aqui pode ser devido à proximidade da Serra do Curral, do Horto Florestal e do Ribeirão Arrudas, já que esses locais com árvores e água são refúgios e paradas naturais para os animais. Diz ainda que “ tucanos, micos estrela e outros animaizinhos são adaptados ao ambiente urbano, conseguem alimento nas cidades, pois comem praticamente qualquer coisa”.
Resumindo, André diz que os bichos estão aparecendo em maior número, principalmente nos últimos 20 anos, como resultado das leis ambientais, de muitos trabalhos de conscientização e educação ambiental e consequente mudança de consciência das pessoas.
Os parques e áreas verdes estão mais preservados, a criação de novos parques (por exemplo, o Parque do Paredão) é uma boa realidade, assim como a redução da caça e captura de animais e aves e a diminuição do comércio ilegal. Essas são realidades importantes nesse início de século. Estamos avançando – felizmente – na questão de defesa e preservação do meio ambiente. Quem diria, heim? – Agora é garantir que não haja retrocessos.