Santa Tereza é um dos bairros mais antigos e tradicionais da cidade, que a duras penas vem mantendo o modo de vida interiorano com suas praças ocupadas pelas famílias, os pequenos comércios, poucos prédios e a conservação de suas casas antigas.
É conhecido pela antiga boemia que imperou no bairro com seus bares, a música a vivo, as serestas, a boa comida e a hospitalidade. Sua história está ligada à ocupação no início do século pelos imigrantes italianos, portugueses e espanhóis que vieram construir a nova capital e aqui aportaram. O apego desses imigrantes ao lugar fez com que famílias inteiras, mesmo após a morte de seus primeiros habitantes, aqui permanecessem, tendo o cuidado de preservar as casas, os quintais e a forma de vida baseada na camaradagem da vizinhança.
Não é atoa, que o bairro tem o maior conjunto urbano protegido pelo Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, preservando em grande parte seus traçados originais, suas ruas estreitas e calçadas, casas, praças e até mesmo o modo de vida dos anos de 1940 e 1950.
A história é também ligada à música e à cultura em geral. Haja visto que foi em uma esquina, a das Ruas Paraisópolis e Divinopólis, que começou um dos maiores movimentos musicais mineiro, o Clube da Esquina, que levou o nome de Minas ao mundo por meio da música da família Borges, cujos integrantes em sua maioria ainda vivem aqui, Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta, entre outros. Aqui também aportaram os músicos do Skank, Sepultura, os seresteiros e outros mais.
E o carnaval, especialmente o desfile de blocos pelo bairro, sempre foi tradição, baseado nas pequenas agremiações formadas por moradores do e seus amigos em uma folia sem grandes pretensões, a não ser o divertimento com respeito a esse patrimônio cultural e histórico.
É por tudo isso, que a comunidade de Santa Tereza, recebe de braços abertos os foliões e foliãs e em contra partida, pede a sua colaboração na manutenção desse patrimônio, que faz o bairro ser um lugar agradável de morar e passear.