*Por Luciana Colônia
Andando a pé pelo meu bairro me deparei com uma cena muito forte!
Uma árvore Quaresmeira com uma placa dependurada no seu tronco onde estava escrito:”Socorro! Não me mate! Eu prometo florir e ficar bela na quaresma”
A súplica da árvore era porque a mesma não estava vivendo a sua melhor fase com beleza e flores e por isso algumas pessoas, que além de não ajudarem em nada, ainda se sentiam no direito de jogar óleo queimado nas suas raízes para ver se a mesma morria mais rápido.
É isso mesmo produção?
Quer dizer que o fato da árvore não estar da forma como gostariam dão aos demais o direito de acabar com a vida dela? Que incômodo é esse que dá ao outro o direito de interromper o caminho de uma vida que está em seu natural processo de desenvolvimento? Que exigência é essa de beleza e perfeição que fazem a árvore se sentir diminuída e incapaz de viver plenamente a sua natureza?
E como se não bastasse a falta de respeito ainda estão jogando veneno para que a árvore morra mais rápido e saia logo do caminho daqueles que querem apenas desfrutar de tudo o que é fácil e ficarem próximos apenas dos que são belos e perfeitos, pois assim poderão se beneficiar sem precisarem de realizar nenhum esforço que os tire do desfrute de uma vida linda, digna e com total plenitude!
Que coisa mais triste. Quanto egoísmo!
A natureza humana também é como as árvores, tem fases que estamos florindo e em outras estamos apenas esperando o momento certo de florir ou precisando de uma ajuda para seguir nosso processo natural.
A natureza não dá saltos e devemos respeitar o tempo do outro para que o mesmo construa a sua própria história no seu ritmo e tenha também o direito de ter uma vida linda, plena e com dignidade. Em caso de não puder ajudar, pelo menos não atrapalhe e nem dificulte o caminho daquele que luta com suas próprias forças e limitações.
Que em cada ser humano também possamos ver uma placa dependurada com os seguintes dizeres:
“Calma, respeito e amor, por favor! Eu ainda hei de dar flor”
*Luciana Colônia é moradora do bairro e trabalha com educação infantil
Atualização da matéria: a placa foi colocada pelo proprietário da casa em frente à quaresmeira, o médico Gildácio Antunes dos Santos. Em 17-11-2019
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