Isa Patto (reportagem e imagens)
Minas Gerais também é conhecida por seus sabores e odores inconfundíveis de uma culinária própria, caseira, tradicional e simples. São pratos saborosos, com cheiros marcantes, mas uma coisa que chama a atenção das pessoas que experimentam nossa comida é o tempero. E Santa Tereza não podia ficar de fora dessa tradição. Aqui também tem tempero, o “Tempero da vovó Arlete”, que é feito por Joana D’arc de Almeida e Silva (56 anos), conhecida como Darquinha e que resgatou a receita de sua mãe, Arlete.
Esta história começou com a irmã de Joana, que teve a ideia de fazer tempero para vender e deu o nome “Tempero da vovó Arlete”, porém, segundo Darquinha, era muito bom, mas não era igual ou parecido ao de Dona Arlete. Mesmo assim sua irmã investiu, fez a marca, vendeu por algum tempo e parou de produzir.
Um ano depois é que Darquinha entrou nesta empreitada, ao ser demitida após sete anos trabalhando como secretária. Como começou a ficar sem dinheiro, ela se lembrou do tempero e que talvez pudesse produzir para vender como sua irmã. Mas ela queria que fosse igual ao de sua mãe.
“Eu sabia que o da minha irmã não era o mesmo da mamãe e me lembrei de um caderno que eu fiz, quando era mais nova, com as receitas de minha mãe. Ela sempre me dizia que eu precisava aprender a cozinhar e como não gostava resolvi anotar. Esse caderno estava emprestado para uma amiga e quando fui buscá-lo comentei com ela se por acaso tinha visto uma receita de tempero. Não é que tinha mesmo? A primeira coisa que eu fiz for comparar a receita com a que minha irmã tinha feito e vi muita coisa diferente, então sabia que podia fazer o verdadeiro tempero da Dona Arlete”, contou.
A partir daí Joana começou a pesquisar sobre temperos, estudar e experimentar a receita de sua mãe. Sua irmã cedeu todo material, que tinha da época em que fez os temperos, como liquidificador, vidros e inclusive as etiquetas. “Mantive o mesmo nome, Tempero da vovó Arlete, não só pelo fato de ter os rótulos com a logomarca prontos, mas principalmente por que agora era o verdadeiro o tempero de mamãe, e, também, uma maneira de homenageá-la”, comenta.
Depois de provar e testar a receita, Darquinha pegou suas primeiras encomendas e, a partir daí, começou a ajustar o sabor de acordo com o retorno que teve desses clientes para deixa-lo no ponto, perfeito e saboroso. “Estou produzindo e vendendo há uns quatro meses e sempre aperfeiçoando ainda mais para fazer o melhor tempero de Santa Tereza. Por enquanto, faço por encomenda, não tenho estoque então sempre entrego ele fresquinho”, explicou.
Santaterenze da gema
Nascida e criada em Santa Tereza, Darquinha também é muito conhecida como a filha da Dona Arlete. Até hoje mora na mesma casa que era de seu avô, que passou para seu pai e onde atualmente, vive com o filho e um irmão. “Infelizmente minha mãe faleceu logo depois que casei, então vim com meu marido morar com meu pai e nunca mais sai. Este bairro sempre foi muito bom para mim. Minha infância toda foi aqui, brincava na rua, jogava peteca e rouba-bandeira, adorava andar de bicicleta por aí. Aqui está a história da minha vida. Meu filho nasceu aqui, minhas lembranças e meu amigos estão aqui. Sempre vi Santa Tereza como uma cidade do interior onde todo mundo conhece todo mundo. Muita gente também mora aqui há bastante tempo então adoro esse clima familiar, aconchegante, de pessoas bacanas que sempre encontro pelo caminho. Gosto muito de morar aqui”, declarou.
Para quem quiser encomendar o delicioso Tempero da Vovó Arlete é só ligar ou mandar um WhatsApp para a Darquinha. (31) 99874-9537
