Carlos Felipe Horta

Pelo menos vamos nos lembrar da cultura popular? Um titulo e uma interrogação. Há, porém, um motivo forte para isso. O Brasil vem, cada vez mais intensamente, sofrendo uma verdadeira invasão cultural. Vinda não só de fora mas, e principalmente, aqui dentro mesmo, pelos meios de comunicação, pelos “comandantes do pensamento” e pelos “industriadores de mercado”.

São palavras sendo impostas, costumes sendo transformados á força, fé e religião sendo “amassadas” sobre nossascabeças, tradições sendo jogadas para os ratos e formigas, artistas sendo “fabricados” de maneira ostensiva e até manifestações culturais do povo sendo “vestidas e deturpadas”.

Claro que estas e outras “coisas” provavelmente não estejam sendo feitas, conscientemente, para destruir a cultura popular. Aliás, se houvesse uma manifesta intenção nisso seria mais fácil combatê-la.

Não. É pior. Tudo está sendo feito de modo inconsciente. Já está banalizado. O resultado está em nossa cara. Por exemplo: qual veículo de comunicação se lembrou de que hoje é o Dia do Folclore. Não só no Brasil mas em todo o mundo. Claro que nenhum.

Ora direis, parafraseando Bilac, falar de folclore. Isto é coisa de gente que não tem o que fazer, dizem eles. Alguns vão dizer que falam de uma festa visível na rua, que falam de artesanato e de viola, etc etc etc… Realmente falam, mas folclore é muito mais do que isso, vai no fundo de cada um de nós, daquilo que vem de nossas raízes, nosso sentimento e pensamento, nosso modo de agira e fazer.

Isto está sendo esquecido e não é culpa dos meios de comunicação. Folclore deveria ser estudado, analisado, colocado em prática a partir das próprias famílias e dentro das escolar, algo que, em Minas, já foi discutido e aprovado mas que, infelizmente, vai cada vez mais ficando para as calendas gregas.

Aliás, uma pergunta: nossos professores sabem o que é folclore? Outra interrogação. Qual é a resposta? Cada um tem a sua.

Enfim, repetindo, hoje é Dia Mundial do Folclore. No caso de Minas é legalmente oficial, com uma lei que, como muitas outras, nem sempre é colocada em prática. E lá vamos nós.