Homenagem a Dona Lourdes Lomelino - Santa Tereza Tem
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Homenagem a Dona Lourdes Lomelino

Texto homenagem de Zezinho, genro de Dona Lourdes Lomelino, que faleceu recentemente. A família convida os amigos pra a Missa de Sétimo Dia, no dia 31 de agosto, 19h, na Igreja de Santa Tereza.

Dona Lourdes nos deixou hoje, aos 97 anos. Por isso, “não viajou antes do combinado”; melhor seria dizer “depois do combinado”, tantos os vaticínios sombrios feitos sobre sua saúde frágil ao longo da vida. Tinha “sopro no coração”, mas sobreviveu a todas as perdas de pessoas queridas – pais, marido, irmãos, sobrinhos, cunhados, parentes próximos e amigos.

Tendo uma resiliência emocional enorme, conseguiu recompor-se após todas essas perdas – menos duas. Só “acusou o golpe” ao perder dois filhos. E isso, aliado a uma idade surpreendentemente avançada para quem tinha “sopro no coração”, fez com que ela aos poucos fosse se abandonando. Logo ela, que tinha pavor da morte e gana de viver!

Dona Lourdes era encantadoramente doce e cativante. Assim como as frutas, foi se adocicando mais e mais à medida que amadurecia. Mas não uma doçura enjoativa, uma doçura sofisticada em sua simplicidade, fazendo com que todos os que dela se aproximavam corressem o risco de ser definitivamente cativados por seu sorrisinho e sua capacidade de rir-se de si mesma e das maluquices que os “netos” aprontavam para ela.

Como quando, já com mais de noventa anos, apoiada no braço de um jovem médico que a examinara, quase o matou de rir ao comentar: “que braço gostoso o senhor tem!” Ou quando se permitiu fotografar na cozinha de sua casa com “asas de taioba”, seguras em suas costas por alguém ainda mais sem noção que ela.

Dona Lourdes… Pensando bem, ela não nos deixou, impossível não sentir sua presença, tantas são as lembranças que ficaram e ficarão dessa baixinha simpaticíssima. Pensando nisso, lembrei-me de um verso da música Skyline Pidgeon de Elton John, que diz: “Voe para longe, voe em direção aos sonhos que você há muito tempo deixou para trás”. E eu bem que gostaria que ela agora escutasse eu lhe dizer:
Voe para longe, Dona Lourdes, voe com suas asas de taioba, mas não se esqueça de nós!

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