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Gass em Santê

Santa Tereza também é solidariedade

Isa Patto

Você, morador de Santa Tereza, sabe o que é o GASS? O que significam estas quatro letra? Então, pra quem não sabe é o Grupo de Apoio Social Solidariedade (GASS), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que atende crianças e adolescentes da Vila Dias, Vila São Vicente e Vila Ponta Porã.

Esta é a sede do GASS

A instituição visa promover a socialização com ações socioeducativas e culturais, com a prioridade no acolhimento de crianças e adolescentes, entre seis e 17 anos, que passam parte do dia lá, nos horários de contra turno da escola. Ou seja, quem estuda de manhã fica a tarde e quem estuda a tarde, fica de manhã. Atualmente o número máximo total de atendimento é de 200 crianças.

O projeto, que existe há 14 ano, há 10 funciona em um prédio cedido pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), ao lado da Estação do Metrô, à Rua Conselheiro Rocha, 2300, em Santa Tereza.

O objetivo maior é o trabalho preventivo feito com essas crianças e adolescentes. Segundo a coordenadora do projeto, Maura Marques, na região há um índice muito alto de consumo de droga e com isso essas crianças estão em situação de vulnerabilidade. “Se elas ficam na rua podem acabar se envolvendo com drogas e estarem em risco, portanto quando às acolhemos aqui, além de estarem seguras, têm a possibilidade de participarem de várias atividades entre esporte, informática, artesanato e principalmente do reforço escolar. Uma das exigências para que frequentem o GASS é estar matriculado e frequente na escola”, explicou.

Maura Marques e Yeda Ferreira

No início de cada ano as inscrições são abertas e cada criança deve vir com os pais ou responsável legal para efetuar a matrícula, levando o comprovante de frequência na escola e estar dentro de algumas exigências para frequentarem o projeto

. Maura conta que o carro chefe do projeto é o reforço escolar, que além de ajudá-los no “para casa”, também mostra a importância do estudo e a valorização da escola. “Quando eles começam a se interessar pela matéria, a melhorar as notas e receberem elogio da professora, ficam estimulados e começam a gostar mais da escola. Muitos têm dificuldades e acabam ficando desestimulados a frequentar as aulas, e com nossa ajuda eles começam a ver o estudo com outros olhos. É essa a grande contribuição que o GASS dá”.

Érica: t em 12 anos e frequenta o GASS desde seis anos e se sente feliz e valorizada no local

Segundo a presidente da Instituição, Yeda Ferreira, a evasão escolar a partir dos 13 anos é uma das principais preocupações do projeto e evitá-la é fundamental. “Quando os adolescentes começam a se deparar com as dificuldades, principalmente em português e matemática, eles abandonam os estudos. Então o nosso esforço é ajudá-los a superar isso e evitar o abandono escolar”, explica Yeda.

Outra intenção do projeto é dar o máximo de atividades por meio das oficinas, com objetivo da profissionalização, para que possam ter possibilidades de se inserirem no mercado de trabalho ou conseguirem de alguma maneira, gerar renda.

Primeiro as crianças fazem o “para casa”, depois brincam e praticam atividades esportivas

Para Maura, principalmente nesta fase, os adolescentes querem ter “coisas” e esse é o perigo, pois podem procurar maneiras não legais de conseguirem dinheiro. “Os adolescente são mais vulneráveis porque já querem celular, roupas bacanas, moto ou já começaram namorar e como não tem dinheiro para todas essas demandas, acabam procurando fora, então temos os desafios de conciliar atividades que ajudem esses meninos a encontrar um caminho profissional, valorizando a escola e trazer sustentabilidade ao GASS para tornarmos isso viável e possível”.

Moeda da conquista

Uma maneira de ensinar essas crianças a se comprometerem e valorizarem o que fazem na instituição, na escola ou em casa e até a lidarem com dinheiro, foi a criação da “moeda da conquista”.

Está moeda é, uma cédula simbólica com vários valores, que premia os bons exemplos e o bom comportamento, dentro e fora do projeto. Maura conta que toda criança vai acumulando uma pontuação com essa moeda de acordo com as atitudes. “Fazer o “para casa”, não faltar, achar e devolver, ser honesto e educado, tudo isso gera pontos que serão trocados por cédulas, feitas pelo GASS. No final do ele podem trocar essa “moeda” por itens do bazar, como brinquedos, roupas, cesta básica, tanto para eles como para a família. O dinheiro é simbólico, mas é fruto do esforço e das conquistas deles durante o ano todo”.

Oficina de artesanato

Manutenção do Projeto

Por ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o projeto não recebe nenhuma verba pública e se mantém por de editais, Lei Rouanet, empresas parceiras, pessoas físicas e ações que tragam recursos, como bazar e rifas.

Daniel tem em 17 anos, frequenta o GASS desde 2015 e seu sonho é ser veterinário

Segundo Yeda Ferreira, conseguir verba para manter o projeto com a doação de empresas ou através de editais não é fácil, pois muitas preferem investir em projetos que dão mais visibilidade. “É difícil, mas a vontade que temos é grande, então estamos constantemente procurando novos editais, novos parceiros e qualquer ajuda que entrar é bem vinda”.

Quem quiser conhecer o projeto e ajudar é só entrar em contato pelo telefone (31) 32437090 ou pelas redes sócias: Instagran: @grupo.gass ou pela página do Facebook.

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