Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha - Santa Tereza Tem
Logo

Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha

Dia Nacional da Mulher Negra e de Tereza de Benguela

Marco Antonio Vale

Além de São Cristóvão também é comemorado hoje,25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha (em todos os países da América Latina e Caribe), e o Dia Nacional (no Brasil) de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tudo começou em 1992, quando um grupo de mulheres negras, vindas dos países da América Latina, reuniu-se em Santo Domingos, na República Dominicana. Discutiram problemas que afetam a todas as mulheres em geral e às negras, em particular, como machismo, formação educacional e profissional, maternidade. E trataram também de questões específicas, como o racismo,preconceito e a situação de inferioridade que se encontram. E decidiram criar a data comemorativa, como lembrança permanente e incentivo para a continuidade da luta.

No Brasil a comemoração foi ampliada. Além de lembrar-se e de homenagear as mulheres negras latino americanas e caribenhas, foi instituído, pela Lei 12.987, de 2 de junho/14, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

O machismo mata

Esta datadeve ser também de reflexão sobre as condições de vida da grande maioria das mulheres, não só as negras, que têm uma rotina dupla de trabalho, nem sempre tem este trabalho reconhecido, e contra a violência.

Já virou rotina a publicação nas páginas policias notícias de assassinato de mulheres, especialmente por seus companheiros. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH). Só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres.

No país, as maiores vítimas do feminicídio são negras e jovens, com idade entre 18 e 30 anos. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, a taxa de assassinato de mulheres negras aumentou 54% em dez anos.

Quem foi Tereza de Benguela?

Tereza de Benguela (?-1770) liderou o Quilombo de Quaritetê, no Mato Grosso, após a morte do seu marido. Tereza instituiu normas para o funcionamento do quilombo e liderou a luta contra os portugueses. Em 1770 foi assassinada.

Tereza de Benguela

Tereza de Benguela, a rainha do Quilombo de Quariterê

Muitos pesquisadores e pesquisadoras brasileiros, entre eles Francyslene Pereira Neves, estudaram a história de Tereza de Benguela e seu Quilombo do Quariterê, na segunda metade do século XVIII. Era, como diz Francyslene, um Quilombo multiétnico, com uma população de quase 200 moradores, que incluía negros, índios e cafuzos.

Tereza de Benguela dirigia o Quilombo (após a morte de seu marido) com mão de ferro, já que as ameaças eram muitas. Mesmo ameaçada a Rainha Negra governou o Quilombo por mais de 20 anos quando, em 1.770, os poderosos de então conseguiram desbaratar o Quilombo e provocar a morte de Tereza, que não aceitava ser presa e humilhada. A hipótese mais provável de sua morte é que tomou veneno de folhas e morreu a caminho da prisão, atrapalhando os planos de seus captores.

Anúncios