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Assembleia pública para reconhecimento da Vila Teixeira como Quilombo Urbano

No desenrolar do processo de despejo dos moradores da Vila Teixeira, na Rua Teixeira Soares, em Santa Tereza, um fato histórico importante foi descoberto: a história das famílias na área em litígio remonta ao início do século XX e está ligada à libertação da escravidão negra.

Em uma pesquisa histórica descobriu-se que Petronilo de Souza (que foi escravo liberto pela Lei Áurea de 13/05/1888) e sua esposa, Elisa de Souza (nascida logo após a Lei do Ventre Livre/ 28/09/1871) se estabeleceram no local, onde nasceu Odete, a segunda filha do casal.

Na época, o ex-escravo Petronilo veio de São José do Além Paraíba trabalhar na reconstrução da Igreja da Boa Viagem. Com o casal vieram outros negros libertos, que ali também fixaram residência e começaram a cuidar do local, que mais tarde se transformou na Rua Teixeira Soares. Eles são os ancestrais das famílias, que hoje ali residem e que correm o risco de expulsão de suas casas no mês de julho, quando está determinada a ação de despejo pela justiça

Moradores da Vila Teixeira abraçam o local

Estes dados históricos caracterizam área como um patrimônio cultural, um Quilombo Urbano. Esta identificação é importante para os moradores, porque a Constituição Brasileira de 1988 garante o direito das populações quilombolas à propriedade da terra.

Assembleia pública

No domingo dia 30/06/19, 16 horas, será realizada a Assembleia para expor a história, devidamente documentada, para reconhecimento da comunidade como moradia de remanescentes de pessoas escravizadas em São José de Além Paraíba (hoje a cidade mineira de Além Paraíba) e que se instalaram em Santa Tereza na primeira década do século XX.   

Gláucia Cristine Martins de Araújo, representante dos moradores e que vem batalhando pela permanência de seus familiares no local convida os vizinhos, amigos e a comunidade de Santa Tereza para participar da reunião, pois segundo ela “é importante a presença dos moradores de Santa Tereza no ato, para serem testemunhas pública do que será denominado Quilombo Souza.

Gláucia Cristine Martins de Araújo

Vão estar presentes também Marcelo Barros, representante do Ministério Público Federal, a especialista em patrimônio cultural, Patrícia Brito, a vereadora Bella Gonçalves, a diretoria da Associação Comunitária do Bairro de Santa Tereza e o antropólogo Rafael Barros.

Serviço
Assembleia pública
Data e hora: 30 de junho, 16h
Local: Rua Teixeira Soares, 985

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