MIS Cine Santa Tereza completa um ano - Santa Tereza Tem
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MIS Cine Santa Tereza completa um ano

MIS Cine Santa Tereza completa um ano, sendo bem acolhido pela cidade

Há um ano, no dia 26 de abril de 2016, o MIS Cine Santa Tereza foi reaberto, tornando real o sonho dos belo-horizontinos de terem um cinema público de rua, o único na atualidade. O espaço faz parte da história da cidade e especialmente do bairro Santa Tereza, onde foi inaugurado em 1944 (à Rua Estrela do Sul, 89) e até 1980 mantido como um importante local de lazer, cultura e convivência de moradores e visitantes.

Após 12 anos do espaço fechado e muita reivindicação dos moradores do bairro, o Cine Santa Tereza foi reformado e reaberto ao público, com recurso destinado ao Orçamento Participativo do município (OP). Renasceu como uma unidade do Museu da Imagem e do Som (MIS), equipamento cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC) dedicado à salvaguarda e à preservação do patrimônio audiovisual de Belo Horizonte.

A abertura ao público no dia 26 de abril teve solenidade com apresentação da Banda Filarmônica Primeiro de Maio, do bairro Horto, abertura da exposição “A Cultura Cinematográfica em Cartaz”, da biblioteca e da “Mostra Minas e o Cinema”, lançamento do livro “O Cinema do bairro Santa Tereza”, de Luís Goes, e exibições dos filmes: Faroeste, de Abelardo de Carvalho, e “A frente fria que a chuva traz”, de Neville D’Almeida.

Entrevista

Ana Amélia Lage Martins

Para fazer um balanço do primeiro ano deste equipamento cultural tão importante para Santa Tereza e para Belo Horizonte, o Santa Tereza Tem entrevistou Ana Amélia Lage Martins, que fez a gestão do MIS Cine Santa Tereza até janeiro deste ano e atualmente é técnica responsável pela programação do espaço. Confira os principais pontos desta trajetória e novidades que estão por vir:

Santa Tereza Tem – O aniversário do MIS Cine Santa Tereza será comemorado, seja com novidade, celebração ou programação especial?

Ana Amélia – Não fizemos programação especial em comemoração. Estamos com a Mostra Brasil na Tela, que vai até o dia 13 de maio, a exposição Playmoscenes e a exposição Preservando a Animação.

Santa Tereza Tem – Você assumiu a gestão deste espaço desde antes da abertura. Como você avalia esse um ano de vida do MIS Cine Santa Tereza?

Ana Amélia – Este primeiro ano de cinema demonstrou, tanto pela grande presença do público (que perfez quase 30 mil pessoas em 2016), quanto pela  ampla procura pela ocupação do Cine pelo setor audiovisual e por diversos tipos de públicos (escolas, associações e outros)  e pela biblioteca, mostrou que espaços como MIS Cine Santa Tereza são uma demanda da população de Belo Horizonte. Considero que o bairro de Santa Tereza e a cidade acolheram muito bem o espaço e têm se apropriado dele.

Santa Tereza Tem – Quais foram os principais desafios do primeiro ano de funcionamento? 

Ana Amélia – Os principais desafios neste primeiro ano tiveram a ver com a  organização da própria dinâmica do espaço – que é complexo – e da composição da programação, considerando os recursos humanos e financeiros disponíveis e as demandas do público,  que é bastante diverso.

Santa Tereza Tem – E as principais conquistas e realizações deste ano? 

Ana Amélia – Acredito que o público que atingimos a partir da quantidade e diversidade expressivas de nossa programação foi uma grande realização. Alguns destaques da nossa programação neste ano:

A Ditadura na Tela, Mostra Varilux, que contou também com uma masterclass com o diretor francês Philippe Le Guay, Clássicos Infantis, Mostra Especial Polo Zona da Mata de Minas, II Mostra Medo e Delírio no Cinema Brasileiro Contemporâneo,  Mostra Martin Scorsese: Cinema Indomável, Mostra de Cinema Feminista: corpo, interseccionalidade e democracia, Mostra de Cinema e Contracultura, Mostra Um Giro Pelas Comédias Hollywoodianas, Mostra Cine BH,  Mostra Stop, Mostra de Cinema Atual Espanhol.

Destacamos, especialmente,  a Mostra “Minas e o Cinema”, com curadoria do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) em parceria com servidores da casa, que ofereceu ao público um extenso panorama de filmes produzidos por diretores e diretoras mineiros, incluindo desde pioneiros como Igino Bonfioli, Humberto Mauro e Geraldo Santos Pereira, até a produção contemporânea representada pelas obras de André Novais, Marília Rocha, Clarice Campolina, Abelardo de Carvalho, Affonso Uchoa, Guilherme Fiúza, dentre outras.

Considero positivo também a realização de diversas parcerias (Embaixada da França, Instituto Cervantes, etc) para a realização das Mostras. Realizamos, neste primeiro ano, quatro exposições (Preservando Animação, A Cultura Cinematográfica em Cartaz e Playmoscenes, Kafka e Praga), diversos lançamentos de filmes de realizadores de Belo Horizonte, além de muitos empréstimos de livros.

O MIS Cine Santa Tereza promoveu sessões exclusivas de cinema para estudantes da escola Essencial, que trabalha com educação especial em Santa Tereza; para idosos do “Curso da Maturidade”, promovido pelo Centro Universitário Estácio de Sá, para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, para crianças e adolescentes vinculados a projetos do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) e para grupos de usuários atendidos por diferentes políticas públicas do município, como do Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM) da Regional Leste, Centro de Referência em Assistência Social e Coordenadoria de Direitos das Pessoas com Deficiência/ Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania, com exibições destinadas para pessoas com autismo.

A interlocução das diversas políticas públicas municipais com o MIS Cine Santa Tereza, que tem buscado atender os diferentes públicos considerando suas especificidades e necessidades, tem se mostrado bastante profícua. Muitos espectadores, após conhecerem o espaço e suas atividades participando das sessões especiais, retornam para participar das sessões abertas ao público.

Santa Tereza Tem – Quais as perspectivas para o novo ano do MIS Cine Santa Tereza? Mudanças, novidades? 

Ana Amélia – Teremos, em muito breve, a requalificação do foyer do Cine, que resgatará os elementos da arquitetura art dèco do espaço. Abriremos o edital de ocupação, para uso dos espaços em 2018, e estamos tentando montar nosso projetor de 35 mm para exibição em película.

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