Autor: Letícia Assis
“Nasci em São Paulo, fui criado em Sergipe e moro em Minas, Santa Tereza. Eu sou um Artista Brasileiro”, é assim que o cantor, compositor e violonista Edelson Pantera se apresenta ao público. Com sua voz forte, cheia de doçura e precisão, e ao mesmo tempo natural, Pantera mostra sua genialidade para fazer de seus versos melodias que enriquecem a nossa MPB.
Em 3 de agosto de 1965, nascia, o menino Edelson, na capital paulista, onde viveu por cinco anos. Logo tomou o caminho do nordeste, Aracaju (SE), terra natal de sua família.
Encantou-se pelo violão aos nove anos de idade e apesar de tão novo, Pantera já tinha seu gosto refinado e sabia o que gostava de ouvir. Quando criança jogava de bolinha de gude com um amigo e não entendia o porquê desse amigo preferir brincar com ele, a tocar o violão, que ficava encostado na parede. Decidiu que também teria um violão e não descansou até ganhar o instrumento de seus pais. A partir daí, Edelson e seu violão se tornaram amigos para sempre.
Autodidata, aprendeu a tocá-lo sozinho e aonde ia levava seu companheiro e não perdia a oportunidade de dar uma “palinha”. Apresentava em bares, esquinas, festas e até mesmo na porta da igreja.
Seus dedos dedilham com espontaneidade e os versos surgem em forma de uma nova canção. Amante da MPB e da Bossa Nova, Edelson sempre foi um grande apreciador do movimento Tropicália, do Clube de Esquina, de Gilberto Gil e outras referências desses gêneros.
Contato com Minas Gerais
Quando ainda morava em Aracaju, Edelson trabalhava na Secretaria de Cultura da cidade e teve a oportunidade de conhecer e se apresentar com o reconhecido músico mineiro Toninho Horta, juntamente com a Orquestra Sinfônica de Sergipe.
Pantera conta que, antes mesmo de conhecer Toninho, já era seu admirador: “Toninho Horta já era uma grande referência para mim. Quando tive a oportunidade de conhecê-lo, achei fantástico. Fiquei encarregado de organizar a apresentação e precisei que para ele para acertarmos os detalhes. Em um desses telefonemas, ele me pediu para compor uma música, para ap
resenta-lhe daí a 10 dias, quando estaria na cidade para ensaiar e atuar na estreia da nova Orquestra Sinfônica de Sergipe. Quando ouviu minha música, “Toninho”, feita para homenageá-lo, ele me elogiou e me perguntou se tinha outras composições. Fui tocando uma a uma e ele achou genial. Acabou selecionando umas quatro ou cinco músicas para apresentarmos juntos nesse evento”.
Desse encontro nasceu uma grande amizade entre os dois músicos. Toninho o convidou a vir a Minas para gravar seu disco e Pantera aceitou de imediato. Daí surgiu seu primeiro álbum, “Belas Imagens”, com produção de Toninho Horta. “Esse meu CD parece mais um livro, cheio de poemas, pois teve toda a sua história, com começo, meio e fim. Eu me orgulho bastante”, ressalta o cantor sergipano.
Hoje, Edelson Pantera vive de seus shows e da venda de seu disco, que já está na quarta edição. O músico uniu suas vivências entre o nordeste e o sudeste e criou seu próprio estilo, carregado de brasilidade. O projeto de um segundo disco está em andamento e já tem nome: “Oliva”.
Em Santa Tereza
Apaixonado por Santa Tereza, não sossegou enquanto não se mudou pra cá. Aqui chegando, logo incorporou o espírito musical e descontraído do bairro e está sempre ali pela Praça Duque de Caxias com seu companheiro, violão. Junto com o amigo, o músico Gabriel Guedes, também morador do bairro, participa da informal Cantoria na Esquina, nas Ruas Paraisópolis e Divinópolis, que acontece ao entardecer de quase todos os domingos.
Além disso, Pantera apresenta, a cada 15 dias, sempre na quarta, no Bar do Museu Clube de Esquina, onde mostra seu trabalho autoral e releitura das composições dos mestres do Clube da Esquina.