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Volta ao tempo de bicicleta em Santa Tereza

Volta ao tempo de bicicleta em Santa Tereza surpreende participantes e moradores

No último domingo, 12 de junho, participantes do Tweed Ride (passeio que resgata o papel da bicicleta como meio de transporte urbano, ao estilo das décadas de 1940 e 50) percorreram o bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, que é o maior conjunto urbano protegido pelo Patrimônio Cultural da cidade. O grupo de 40 ciclistas passou por diversas ruas, seguindo roteiro elaborado com a ajuda do portal Santa Tereza Tem, que indicou casas antigas e suas histórias. As fotos feitas durante o percurso vão integrar o projeto “Casas de BH”.

Tweed Ride_Aluizio Casa
O passeio começou pelo Ateliê Aluizio Casa. Fotos: Eliza Peixoto e Brígida Alvim
Tweed Ride_Dafane Nardi
Dáfane Nardi recorda a história familiar

O passeio foi iniciado com a visita e café da manhã no ateliê Aluízio Casa, do artista plástico Aluízio Figueiredo, na Praça Duque de Caxias.  “É importante resgatar o passado e nada melhor do que a bicicleta, com as pessoas vestidas a caráter, para nos proporcionar esse passeio retrô. As bicicletas antigas, tendo como pano de fundo as casas e ruas de Santa Tereza, nos dá a sensação de volta ao tempo. Para completar, só faltou o bonde”, avalia Carlos Altman, sócio de Aluízio, que recebeu o grupo de ciclistas.

A participante Juliane Rocha, advogada, ficou encantada com o trajeto escolhido para o passeio. “Santa Tereza é um bairro que adoro, porque é lindo e acolhedor, com casas antigas e originais. É sempre muito agradável passear por estas ruas”, comenta.

Dáfani Nardi, que trabalha com Medicina Chinesa e acompanhou o percurso, gostou de conhecer mais sobre a história do bairro onde seus avós e pais moraram. Ela conta que o bairro tem grande importância para sua família, apesar de ter sido triste o motivo que a levou à Santa Tereza (os avós foram internados no “Hospital de Isolamento” (onde depois foi construído o Mercado Distrital), para serem tratados de tuberculose, mas não resistiram à doença. “Fiquei muito feliz em ver que o bairro está em grande parte horizontal e bem preservado”, observou.

Alma vintage

Tweed Ride_Atelie Marina Sepulveda_fachada
Parte do grupo em frente ao Ateliê Marina Sepúlveda

Na Rua Eurita, o grupo fez outra parada para conhecer o Ateliê de Marina Sepúlveda, que fica em uma casa construída em 1923, toda decorada com móveis e utensílios das décadas de 1940 / 50. “Não sei explicar porque, mas eu tenho adoração pela cultura e estilo dessa época, como mobiliário, moda, música. O ateliê é baseado na história de Santa Tereza, que tem a alma ‘vintage’ e os moradores se orgulham de pertencer a ele. A visita dos ciclistas, vestidos em sintonia com o ambiente, foi muito legal!”, conta Marina, que recebeu o grupo junto à filha Nina, de 7 anos. Além de ser uma homenagem ao bairro, o ateliê expõe bijouterias e adereços feitos pela artista e também sedia oficinas de pintura, restauração de móveis, entre outras.

Tweed Ride_Gil Sotero
Gil Sotero, um dos organizadores

O passeio do Tweed Ride durou pouco mais de duas horas e quem participou não se arrependeu. Gil Sotero, um dos organizadores, ressaltou a hospitalidade dos moradores e a beleza das casas preservadas. Segundo ele, o projeto terá continuidade em parceria com a iniciativa de demarcação de imóveis antigos em Belo Horizonte. “A ideia é fazer este passeio por outros bairros, valorizando a história e a preservação dos imóveis antigos. O próximo será no bairro Lagoinha, onde ainda resistem várias casas do início do século XX. O Tweed Ride foi criado em Londres e chegou ao Brasil em 2013, evocando o antigo hábito de pedalar, com a elegância e o romantismo de décadas passadas”, explica Gil Sotero, que é jornalista e ciclista.

Tweed Ride_Loyola
Loyola veio do Rio participar

Loyola, que veio do Rio de Janeiro especialmente para curtir o passeio por Santa Tereza, costuma acompanhar as edições do Tweed Ride que ocorrem no Rio e em outras cidades, junto com sua clássica bicicleta Hércules da década de 1940. “Estou amando o Santa Tereza, porque difere da maior parte dos bairros das capitais brasileiras, que têm suas histórias destruídas pela força do mercado imobiliário. Vejo que no bairro há a preocupação em preservar esse lindo patrimônio. Valeu a vinda a Belo Horizonte!”, declara.

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